A ministra da Cultura de Portugal, que está em São Tomé para participar no evento, disse à Lusa que o tema da reunião “é especialmente interessante porque coloca a questão da mobilidade de jovens e de agentes culturais e também a perspetiva de circulação de bens culturais” na CPLP.

Dalila Rodrigues referiu que “a mobilidade hoje remete para áreas de grande tensão e preocupação, designadamente na sequência da globalização ou por causa dela” e pelo facto de a “implicar uma relação muito fortemente comprometida com os circuitos do turismo internacional” que “tem um impacto na preservação ambiental”.

A ministra da Cultura de Portugal disse ainda que o “turismo de massa está a ter um impacto preocupante na lotação de cidades, sítios patrimoniais, monumentos, museus”.

A governante portuguesa defendeu “uma articulação harmoniosa entre a necessidade de conferir residências artísticas e bolsas de curtas duração com retorno e bilateralidade” para a promoção da mobilidade cultural entre São Tomé e Portugal.

“É importante que [à] São Tomé e Príncipe venham artistas e agentes culturais portugueses da mesma forma que é importante promover, apoiar residências artísticas e bolsas de curta duração com retorno que tenha lugar em Portugal e o Ministério da Cultura dispõe de um conjunto muito significativo de equipamentos culturais que apoia direta ou indiretamente e que estarão certamente disponíveis e empenhados em integrar estes laços de cooperação e esta bilateralidade”, sublinhou.

“Eu estou aqui para mobilizar todos os recursos que estiverem ao meu alcance para garantir a CPLP de facto um trabalho efetivo”, vincou Dalila Rodrigues.

A ministra da Cultura falava após ter visitado um projeto de reaproveitamento da antiga roça colonial Água Izé, no distrito de Cantagalo, desenvolvido pelo promotor cultural são-tomense, João Carlos Silva, que vai acolher a Décima Bienal de Artes e Culturas de São Tomé e Príncipe.

“Este projeto é absolutamente fascinante pelo modo como foi traçado numa relação entre o que foi e o que pode ser, no ponto de vista de manter as raízes histórico culturais do lugar, mas de lhe conferir uma nova vida à luz do que são as necessidades contemporâneas nos domínios da arte, por um lado, mas por outro nos domínios do património edificado”, considerou Dalila Rodrigues.

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