Os investigadores fizeram ainda buscas em 20 casas localizadas em dois estados da Malásia e prenderam 171 pessoas, incluindo professores de religião e educadores.
De acordo com as autoridades, foram resgatados 402 menores de idade que “foram vítimas de agressões físicas e sexuais graves” e que tinham sido obrigados pelos funcionários “a abusar sexualmente uns dos outros”.
As investigações recaem sobre a empresa Global Ikhwan Services and Business (GISB), que mantém ligações com a seita islâmica Al-Arqam, proibida na Malásia.
O chefe da polícia de Kuala Lumpur, Razarudin Husain, disse hoje que as autoridades tinham congelado 96 contas ligadas ao grupo empresarial onde se encontravam depositado um total de 124 mil dólares (111 mil euros).
“Também apreendemos oito veículos ligados a este grupo”, acrescentou.
Inicialmente, o GISB negou todas as alegações sobre os abusos e afirmou que não fazia a gestão dos lares localizados nos estados de Selangor e Negeri Sembilan.
Mesmo assim, o diretor de uma das empresas que gere os lares onde centenas de crianças foram alegadamente abusadas admitiu, no sábado, “um ou dois casos de sodomia”, negando, no entanto, as alegações de “abusos generalizados” de crianças.
“Houve um ou dois casos de sodomia, mas porquê juntar tudo?”, afirmou Nasiruddin Ali, diretor executivo do grupo Global Ikhwan Services and Business Holding (GISBH), que gere os centros de acolhimento visados pela polícia.
As investigações e os exames médicos efetuados até ao momento revelaram que pelo menos 13 menores de idade foram vítimas de abusos sexuais, afirmou Razarudin Huassain.
O escândalo suscitou preocupações sobre o destino das crianças que se encontram em lares de acolhimento e sobre a regulamentação das instituições de beneficência na Malásia.
De acordo com o portal eletrónico oficial, a GISB gere empresas que vão desde supermercados a restaurantes e opera em vários países, incluindo a Indonésia, a França e o Reino Unido.
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