“Assinámos um ambicioso plano de investimentos de 10 mil milhões de euros”, declarou Macron ao fazer um brinde, no início do jantar em honra do emir, em visita de Estado a França.

Tais investimentos serão realizados em setores como a transição energética, os semicondutores, a indústria aeroespacial, a inteligência artificial, o digital, a saúde e as indústrias culturais.

O emir do Qatar iniciou hoje uma visita de Estado de dois dias a França, centrada na libertação dos reféns em Gaza — três dos quais são cidadãos franceses – e no relançamento do processo para a criação de um Estado palestiniano, bem como no reforço das relações bilaterais.

O Palácio do Eliseu (sede da Presidência da República francesa) sublinhou que esta primeira visita de Estado de um emir do Qatar em 15 anos – e a primeira de Tamim ben Hamad Al-Thani desde a sua subida ao trono, em 2013 – “é uma honra para França e ilustra a profundidade dos laços que unem os dois países”.

O emir, cujo país desempenha um papel central nas negociações entre Israel e o Hamas para pôr fim à guerra em curso desde outubro do ano passado, e Macron reiteraram nas suas reuniões a intenção de alcançar “muito rapidamente um cessar-fogo” na Faixa de Gaza, indicou o Eliseu.

No final da reunião, os dois dirigentes assinaram uma declaração de intenções sobre a cooperação humanitária, que inclui um compromisso conjunto de destinar 200 milhões de euros aos palestinianos.

Acordaram igualmente enviar dois aviões com ajuda humanitária para a fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza.

A 07 de outubro de 2023, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 144.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 29.900 mortos, mais de 70.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.

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