Assim, a soma dos resultados líquidos destes bancos foi superior à registada no acumulado dos três primeiros trimestres de 2023 em 245,4 milhões de euros, continuando a ser impulsionada pela margem financeira – a diferença entre os juros cobrados nos créditos e os juros pagos nos depósitos.
Entre janeiro e setembro deste ano, Millennium BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI acumularam uma margem financeira de 4.979,9 milhões de euros, mais 6,5% que há um ano.
No período em análise, o Novo Banco foi o único destes quatro bancos com uma quebra homóloga nos seus lucros, baixando 4,4%, para 610,4 milhões de euros.
Apesar de a sua margem financeira ter subido 6,6%, para 886,3 milhões de euros, a instituição liderada por Mark Bourke, viu os seus resultados líquidos recuarem devido ao aumento de provisões.
No que a ganhos diz respeito, o Santander foi o que mais ganhou nos primeiros nove meses — tanto em termos absolutos, como em termos percentuais. Num período em que a margem financeira do banco subiu 20,5%, para 1.244,4 milhões de euros, também os lucros subiram 25,2%, para 778,1 milhões de euros.
Já os resultados líquidos do Millennium BCP, liderado por Miguel Maya, avançaram 9,7% nos primeiros nove meses do ano, para 714,1 milhões de euros, não obstante a descida de 0,3% da margem financeira (2.110,8 milhões de euros).
Os lucros do BPI aumentaram 13,8% no período, para 444,1 milhões de euros, também à boleia da subida de 6,5% da margem financeira — 738,4 milhões de euros.
Nos primeiros nove meses do ano, estes quatro bancos tiveram também subidas tanto nos depósitos (6,4%), como nos créditos concedidos (2,8%).
No total, BCP, Santander, BPI e Novo Banco contavam com um total de 178,18 mil milhões de euros em depósitos e com 163,85 mil milhões de euros em créditos no final de setembro deste ano.
Em 2023, os lucros dos bancos foram beneficiados pelas altas taxas de juro nos empréstimos e lenta subida das taxas de juro nos depósitos, acabando por beneficiar a margem financeira, já que esta é a diferença dos juros cobrados pelos bancos nos créditos e os juros pagos pelos bancos nos depósitos.
Desde que o Banco Central Europeu (BCE) começou a subir as taxas de juro diretoras em meados de 2022, para combater a inflação, que isso tem tido impacto no aumento dos créditos dos clientes bancários indexados a taxa de juro variável (sobretudo Euribor).
Em 17 de outubro deste ano, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.
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