O jurista natural de Fafe, de 70 anos, foi o responsável pela tutela do Desporto entre 2005 e 2011, nos dois governos liderados por José Sócrates, apresentando-se para uma eleição “particularmente exigente, pois acontece na sequência da perda de uma liderança forte e incontestada na pessoa de José Manuel Constantino que, durante mais de uma década, levou o desempenho do Comité a altos níveis de credibilidade e prestígio públicos que têm de ser mantidos e, sendo possível, guiados numa continuada elevação”.

 

“Seguir e desenvolver esse rumo é porventura o maior dos desafios da liderança que, por decisão dos membros do COP, venha a suceder-lhe nessa responsabilidade. O processo eleitoral deverá ser profundo nas ideias, sereno no debate e rico na participação, para que a escolha venha a recair na proposta que melhor sirva os desígnios do desporto nacional e do seu Comité Olímpico”, prosseguiu o antigo governante socialista.

Licenciado em Direito pela Faculdade de Coimbra, Laurentino Dias, que foi deputado do PS na Assembleia da República, eleito por Braga, entre 1987 e 2015, apresentou a sua possível candidatura, abrindo caminho para que outros avancem.

“Entendo que aqueles que sintam a vontade e necessidade de contribuir para a prosperidade e o sucesso do desporto em Portugal, e se sintam em condições de corresponder a este exigente desafio, devem assumi-lo de forma transparente e pública. Essa disponibilidade e esse projeto devem ser partilhados com o movimento desportivo, em particular com as federações desportivas, recolhendo não apenas o seu apoio, mas sobretudo o seu empenhamento numa candidatura que a todos represente. É o que me proponho fazer a partir de hoje”, sublinhou.

Neste comunicado, Laurentino Dias recorda o seu passado como voleibolista de Académica, Francisco da Holanda e AD Fafe, clube no qual jogou futebol e foi dirigente, tal como no Conselho de Desporto da ‘briosa’ e na Federação Portuguesa de Voleibol, além de titular da pasta do Desporto.

“Afirmar publicamente a minha firme e muito refletida disposição de pôr ao serviço do COP a minha experiência de vida, onde o desporto nunca deixou de estar presente nas suas mais diversas vertentes, primeiro como jovem atleta, e mais tarde como dirigente e responsável público. Acredito na promoção junto dos organismos desportivos da discussão de objetivos e estratégias para o próximo mandato, e na definição de prioridades de intervenção do COP, não apenas na relação com as federações desportivas, mas também com os seus atletas, treinadores e demais agentes desportivos”, vincou.

Laurentino Dias defende a valorização “permanente e determinada” do “papel do movimento olímpico no plano da responsabilidade social do desporto”: “O reforço da sua intervenção, em cooperação com as autoridades públicas e governamentais, será a condição necessária para atingir o maior dos objetivos: ajudar o desporto a tornar-se verdadeiro desígnio nacional, com todas as suas inestimáveis consequências”.

“Uma candidatura ao Comité Olímpico não é, não pode ser nunca, uma ambição pessoal, mas sim um projeto coletivo que a todos mobilize de forma voluntária e responsável para que, cumprindo a sua missão, seja possível vencer os consideráveis desafios que se colocam ao desporto português. Será esse o caminho que me proponho e comprometo publicamente a fazer a partir de hoje. Reunir contributos, juntar pessoas e organizações, debater e consolidar ideias, dar forma e conteúdo a uma candidatura representativa e capaz de garantir uma governação plena de paixão desportiva, mas também serena e pragmaticamente estruturada, do COP no mandato que se aproxima”, rematou.

Laurentino Dias foi o primeiro potencial candidato a assumir-se disponível a entrar na ‘corrida’, devendo contar com a concorrência, pelo menos, do atual secretário-geral do COP, José Manuel Araújo.

As eleições do organismo olímpico, liderado por Artur Lopes desde a morte de José Manuel Constantino, em agosto último, devem realizar-se no primeiro trimestre de 2025.

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