“É preciso fazer uma limpeza desta situação. Estamos prontos para todos os cenários que aí vêm. O nosso lema é ‘sempre em frente e sem medo'”, afirmou o secretário-geral do partido, Élvio Sousa, sublinhando que o Juntos Pelo Povo (JPP) não tem receio de qualquer cenário, incluído o de eleições antecipadas.

 

“Nós sabemos que os madeirenses estão fartos de eleições, mas também estão fartos de corruptos. Todos os cenários são possíveis”, reforçou.

Élvio Sousa, também líder do grupo parlamentar do JPP, falava após a reunião da comissão política do partido, que decorreu no Funchal, na qual o partido confirmou a decisão de votar a favor da moção de censura ao governo social-democrata minoritário apresentada pelo Chega em 06 de novembro.

O Chega, cujo grupo parlamentar é composto por quatro deputados, justificou a iniciativa com os processos judiciais em curso envolvendo o presidente do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos.

A confirmarem-se as intenções de voto já divulgadas, a moção terá aprovação garantida com os votos do JPP, Chega, PS e IL, que juntos têm maioria absoluta. O parlamento conta ainda, além do PSD, com o CDS-PP (com um acordo com os sociais-democratas) e o PAN.

De acordo com o regimento da Assembleia Legislativa da Madeira, a moção de censura deveria ser discutida até segunda-feira, 18 de novembro, mas o parlamento aprovou em plenário, por maioria, com votos a favor do PSD e de um dos dois deputados do CDS-PP, o seu adiamento para 17 de dezembro, após o debate do Orçamento da região para 2025, que decorre entre os dias 09 e 12 de dezembro.

Hoje, a comissão política do JPP decidiu, por unanimidade, aprovar a moção de censura ao Governo Regional da Madeira e manifestou o seu repúdio a “todos os atentados feitos pelo PSD e CDS para subverter o princípio daquilo que foi e é uma ferramenta democrática para censurar este Governo”.

O secretário-geral do partido, o segundo maior da oposição madeirense, com nove deputados, considerou que a atual crise política na região começou quando Miguel Albuquerque disse ao representante da República para a Madeira, após as eleições antecipadas de maio, que tinha garantias de estabilidade e governabilidade.

“Na verdade, não as tinha”, afirmou, para logo acrescentar: “Os madeirenses estão fartos de mentiras, de pessoas que não falam a verdade, e nós temos que ultrapassar esta situação.”

Élvio Sousa considera que a “instabilidade política” na Madeira começou com o PSD e com o CDS-PP, “o seu aliado do coração”, partidos que estabeleceram um acordo de incidência parlamentar, embora insuficiente para garantir a maioria absoluta, que requer 24 deputados, pois juntos têm 21 representantes.

O líder do JPP destaca também o papel do Chega na crise política, ao apresentar uma moção de censura.

“Não vamos deixar que o JPP tenha responsabilidades nesta matéria, nesta guerrinha de tachos, neste jogo de interesses e confusões”, declarou.

Élvio Sousa deixou, por outro lado, uma “mensagem de esperança, de confiança, de serenidade” aos madeirenses e alertou para não acreditarem nas palavras de Miguel Albuquerque que “vão causar o medo”.

“Não vai haver falta de dinheiro, não vai faltar pensões de reforma, não vão acabar os subsídios, não vão faltar apoios ao desporto, não vai deixar de haver aumentos salariais. A Madeira não vai afundar por falta de governo”, disse, vincando que “este governo já não governa há muito tempo”.

“Acho que os madeirenses hoje têm vergonha deste governo”, afirmou.

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