Duas equipas do Intervenção e Resgate Animal (IRA), que se encontram em Valência na sequência das fortes chuvas que deixaram a região num estado de devastação, passaram longas horas a tentar resgatar um cavalo, que ficou atascado na lama e parcialmente submerso pela água do rio Magro, contudo, após o salvamento, o animal teve de ser eutanasiado.
No Facebook, no domingo, o IRA já tinha dado conta do resgate, mas, no dia de hoje, voltou às redes sociais para uma atualização que não trazia boas notícias.
“Durante o alerta vermelho de ontem, em Valência, recebemos um pedido de socorro para um cavalo atascado na lama e parcialmente submerso na água do rio Magro. Após deslocação de duas equipas do IRA ao local, verificámos que o animal já se encontrava em decúbito lateral e totalmente submerso, com as narinas de fora a tentar respirar”, recorda a organização.
O IRA deu início a “manobras de salvamento” e usou “pás” para desatascar o animal, que ficou com a “cabeça em cima de placas de material flutuante” para se “manter à tona e a respirar”.
“Após libertarmos todos os seus membros e o termos colocado numa posição de segurança, solicitámos o apoio de uma máquina retroescavadora aos bombeiros locais. Após chegada de uma equipa dos bombeiros, do proprietário, de um veterinário e da máquina, iniciámos a operação de retirada do animal”, conta.
“A dificuldade da operação era imensa”, ressalva o IRA, que diz que também a máquina esteve prestes a ficar atascada.
“Seis horas depois, conseguimos finalmente içar o cavalo revelando um estado de magreza extremo e severa exaustão. O animal não se aguentava de pé, não tinha forças para erguer a cabeça, estava em estado de hipotermia e posteriormente o detentor informou-nos de que o animal já se encontrava atascado desde as 13h00 daquele dia”, lê-se.
“Por se encontrar num estado clínico irreversível, o médico veterinário informou-nos de que iria proceder à eutanásia do mesmo. Infelizmente, foi como um murro no estômago para as duas equipas de resgate, depois de termos elevado a esperança após o seu salvamento. Infelizmente, o cavalo virou óbito no local, tendo sido cessado o seu sofrimento”, acrescenta a publicação.
O IRA aponta, contudo, responsabilidades ao dono do animal.
“Por entendermos que possa configurar um crime de maus-tratos, apesar de desconhecermos a legislação espanhola, iremos remeter todos os factos ao SEPRONA (equivalente ao SEPNA da nossa GNR). Esquelético, não foi o rio Magro que o levou, mas sim o desprezo do seu suposto guardião. Valeu-lhe um último suspiro fora de água, rodeado de outro tipo de humanos: Os Verdadeiros!”, completa o grupo.
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