O fenómeno, que afetou principalmente as províncias de Hebei e Liaoning, no norte, causou inundações e obrigou à mobilização de uma resposta de emergência, surpreendeu tanto as autoridades como a população local, avançou o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

 

O diretor do Gabinete de Previsão de Ondas de Maré do Centro Nacional de Previsão Ambiental Marinha, Fu Cifu, disse, citado pelo jornal, que uma subida tão súbita do nível da água, na ausência de vento e de ondas evidentes, “nunca tinha sido registada”, nem a nível nacional nem internacional.

O nível do mar em várias zonas da região manteve-se cerca de um metro acima do normal durante mais de 20 horas, ultrapassando os registos históricos em várias estações de medição de marés na província de Liaoning.

As autoridades disseram que, embora as águas tenham começado a baixar após várias horas, os efeitos da vaga fizeram-se sentir nas províncias mais a sul, como Jiangsu (leste) e Fujian (sudeste).

Mesmo no mar do Sul da China, em regiões como Hong Kong e Macau, as marés estavam 30 centímetros mais altas do que o normal, acrescentou o jornal.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram estradas submersas em cidades do nordeste do país, como Dalian e Jinzhou.

A subida do nível do mar desencadeou uma resposta de emergência pelo Ministério dos Recursos Naturais da China, que mobilizou cinco equipas de peritos para inspecionar as áreas afetadas.

Um perito não identificado do ministério dos Recursos Naturais, citado pelo South China Morning Post, indicou que as oscilações das marés provocadas por uma tempestade, juntamente com as marés, começaram a ter impacto vários dias antes do evento.

Um fluxo de ar quente e húmido que se deslocava para norte, ao longo do rio Amarelo, encontrou uma frente fria que avançava do sul, resultando na formação de um ciclone do tipo tufão, que gerou uma tempestade na região, disse o perito, advertindo que “num contexto de anomalias climáticas globais, os fenómenos meteorológicos extremos podem chegar silenciosamente sem aviso”.

A oscilação teria começado a 19 de outubro na baía de Bohai, propagou-se para sul e depois voltou a subir para Liaoning, onde coincidiu com a maré alta, provocando o fenómeno.

Nas redes sociais locais, meteorologistas amadores explicaram que a subida do nível do mar se deveu a uma combinação de fatores astronómicos, meteorológicos, oceanográficos e topográficos.

Entre esses fatores, observaram que o dia 20 de outubro coincidiu com a maré astronómica mais forte do ano, além de uma superlua recentemente registada, que aumentou as marés até 20 centímetros.

As autoridades não registaram até agora qualquer vítima.

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