Estas posições foram transmitidas por Rui Rocha numa conferência de imprensa no parlamento em que acusou o Governo de falta de respostas para a situação “com consequências trágicas” que atravessa o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica).
Antes de decidir se requer uma comissão parlamentar de inquérito sobre o INEM, a IL vai primeiro ouvir a ministra Ana Paula Martins, na terça-feira, no parlamento, no âmbito das audições sobre o Orçamento do Estado. Depois, a IL agendou que este tema seja também debatido em sede de Comissão Parlamentar de Saúde.
“Queremos esclarecer tudo num quadro que é perfeitamente inadmissível e que já vem de trás. Na eventualidade de esses esclarecimentos e medidas serem insuficientes e se a auditoria não identificar dados suficientes, a IL admite mesmo como provável avançar para uma comissão parlamentar de inquérito”, declarou o presidente da IL.
Para o Rui Rocha, o que está a acontecer no INEM “é demasiado grave”, já que há “portugueses que não têm o socorro devido” — e isso exige que o Governo “seja politicamente responsabilizado”.
Perante os jornalistas, o líder da IL recusou-se para já a pedir a demissão da ministra da Saúde, mas assinalou que é um dos elementos deste Governo “mais fragilizados”.
“Remeto para o primeiro-ministro, Luís Montenegro, uma ponderação e uma decisão, mas parece-me evidente que há uma fragilidade política que começa a pronunciar-se. Estamos a falar de uma área muito importantes para a vida dos portugueses”, acentuou.
A seguir, o presidente da IL foi um pouco mais longe sobre a questão da presença da ministra da Saúde no executivo PSD/CDS.
“Desconheço qual vai ser o resultado da auditoria, há um conjunto de medidas que me parecem completamente inadequadas e insuficientes anunciadas na quarta-feira pelo Governo, mas vamos esperar que essas medidas e outras que são necessárias possam ser tomadas. Daqui por umas semanas, quando o parlamento retomar a sua atividade, é a altura certa para fazermos um balanço da equipa governativa, do que fez, do que não fez, que resultados existem, e de fazermos a responsabilização política que vier a ser relevante e determinante”, advertiu.
Em relação à situação do INEM, Rui Rocha defendeu que “não é novidade” e que já em julho passado alertara “para a situação dramática”.
“Ninguém pode dizer que esteja a ser surpreendido por esta situação e há, obviamente, responsabilidades políticas que é preciso identificar nesta matéria. O Governo tinha obrigação também de conhecer já há meses esta situação no INEM e devia ter tomado medidas adequadas. Também é inaceitável que a ministra alegue que não esperava que houvesse uma greve”, criticou.
Rui Rocha estendeu depois as suas críticas às medidas entretanto anunciadas pelo executivo.
“Não é aceitável que a resposta do Governo, na quarta-feira, seja a criação de mais linhas telefónicas, uma vez que neste momento o problema é que não há resposta às linhas telefónicas existentes”, justificou.
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