Hugo Soares falava aos jornalistas no parlamento sobre a escolha do futuro procurador-geral da República quando foi questionado sobre o encontro marcado para as 15h00 entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, na residência oficial, em São Bento.

 

“Sobre isso não vou dizer o que quer que seja, creio que a posição do líder parlamentar do PSD e do Governo é sobejamente conhecida. Sinceramente, até por isso julgo que todo este espetáculo mediático que está a ser montado à volta de uma reunião entre o líder da oposição e o primeiro-ministro é francamente exagerado”, disse.

O líder parlamentar do PSD defendeu que “é importante que, no recato das instituições, possa haver esta negociação”.

Já sobre a disponibilidade do Governo para fazer cedências nas suas propostas para o IRS jovem ou IRC — que o PS diz recusar para viabilizar o documento -, Hugo Soares considerou que isso já foi respondido “tantas e tantas e tantas vezes”, quer por si, quer por membros do Governo.

“Das duas umah ou os senhores querem fazer a pergunta por fazer ou então os senhores não querem ouvir. Basta recuperar, em todas as entrevistas que eu dei esta semana, na semana passada, ou o ministro dos Assuntos Parlamentares, da Presidência, da Coesão. Não me leva mal a expressão, mas valha-me Deus, esta questão está mais do que respondida”, disse.

Nessas entrevistas, quer Hugo Soares quer os ministros têm manifestado abertura para negociar as duas propostas que constam do programa da AD, embora sem detalhar até que ponto pode ir essa cedência.

Em Nova Iorque, o primeiro-ministro disse há dois dias esperar que haja uma “aproximação de posições” com o PS sobre o orçamento, deixando a garantia de que a proposta não está fechada e de que “existe margem” para negociar, prometendo que “essa margem será esgotada até ao limite”.

Na mesma linha, o ministro da Presidência afirmou no final do Conselho de Ministros de quinta-feira que o Governo “não quer acrescentar drama, mas decisões” sobre o OE2025 e admitiu que terá de “aproximar posições” em pontos importantes para que outros partidos se sintam confortáveis para o viabilizar.

A proposta de Orçamento do Estado para 2025 tem de dar entrada na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP (partidos que suportam o executivo) somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.

Para que o Orçamento seja aprovado, será necessária a abstenção do PS ou o voto favorável do Chega, com este partido a afirmar-se, desde o verão, fora das negociações — apesar de continuar a ir às reuniões com o Governo e com o primeiro-ministro – e a anunciar o provável voto contra.

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