“O Governo [Regional] foi muito rápido a fazer promessas aos enfermeiros, mas continua sem as cumprir”, afirmou António Lima, que hoje esteve reunido com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
O líder do BE açoriano e deputado regional referia-se ao atraso no pagamento dos retroativos referentes às progressões na carreira, ao atraso nos pagamentos referentes ao acelerador de progressão na carreira desde o início deste ano e à criação de incentivos à fixação destes profissionais no Serviço Regional de Saúde (SRS).
Segundo um comunicado do partido, de acordo com o sindicato, só aos enfermeiros as dívidas “são já superiores a 10 milhões de euros”.
“O SRS tem dívidas a fornecedores de quase 200 milhões de euros. Resta saber quanto está a dever aos trabalhadores”, assinalou o deputado, citado na nota, lembrando que há outros profissionais do setor da saúde à espera da concretização das promessas do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
António Lima referiu que o valor que está previsto no Orçamento Regional de 2025 para a Saúde “fica cada vez mais curto perante uma dívida que se avoluma e que não é só aos fornecedores é também aos trabalhadores”.
O BE açoriano criticou ainda o facto de ano após ano continuar a ser adiada a implementação de incentivos à fixação de enfermeiros no SRS, alertando que tal situação pode levar “a problemas de falta de profissionais como já acontece com os médicos e com os professores”.
Ainda de acordo com António Lima, o BE vai apresentar “uma proposta de Orçamento para que os trabalhadores com ‘contratos covid’ dos hospitais – que estão há anos em situação precária – vejam todo o tempo de serviço contabilizado aquando da sua integração nos quadros”.
António Lima criticou o Governo Regional “por não ter a intenção de contabilizar o tempo de serviço que estes trabalhadores – entre os quais estão cerca de 120 enfermeiros -, prestaram em situações tão difíceis como a pandemia e após o incêndio” verificado no Hospital Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, no dia 04 de maio.
“Apagar o tempo em que trabalharam, em alguns casos mais de quatro anos, durante a pandemia e na resposta à situação gerada pelo incêndio no HDES, é absolutamente incompreensível e não pode acontecer”, salientou.
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