“Aquilo que nunca é dito, porque, na verdade, já foi assumido, é que este Governo [Regional] herdou uma boa situação financeira do PS e é o próprio Governo [Regional] que admite isto”, disse hoje Francisco César na reunião da Comissão Regional do partido, que decorreu em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

 

No entanto, para o líder socialista açoriano, “o que é extraordinário é o Governo [Regional] atual dizer que o PS foi mau na sua gestão, mas, ao mesmo tempo, admite que o PS deixou uma boa herança”.

“E a maior prova disto é que se não fosse a boa herança financeira do PS, não teria sido possível, num dos primeiros atos deste Governo [Regional], baixar os impostos, porque só se baixam impostos quando se herda uma boa situação financeira”, justificou.

Além disso, prosseguiu, “também não dizem que foi por causa da boa capacidade e daquilo que herdaram do ponto de vista financeiro, que conseguiram criar a Tarifa Açores [que permite viagens áreas a 60 euros, ida e volta, interilhas para residentes] e conseguiram aumentar um conjunto de carreiras”.

Segundo Francisco César, o PS não discorda das medidas tomadas pelo executivo de coligação liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, mas sublinha que quando os partidos da coligação chegaram ao poder “tinham as contas públicas equilibradas, tinham a tesouraria equilibrada, tinham os pagamentos a fornecedores em dia, o que permitiu exatamente um conjunto de medidas que hoje dizem ser uma das suas principais bandeiras e que conseguiram realizar nestes últimos quatro anos”.

“Isto só foi possível por causa do governo e da boa gestão do PS”, sublinhou o dirigente socialista.

Na sua intervenção, Francisco César também defendeu que a região “não está melhor” com a governação da coligação PSD/CDS-PP/PPM, apesar dos “longos e pomposos discursos”.

Aludindo à intervenção do presidente do PSD/Açores na abertura do congresso regional dos social-democratas, que decorre até domingo em Ponta Delgada, quando José Manuel Bolieiro disse que os açorianos estão melhor do que estavam em 2020, Francisco César contrapôs que os habitantes “não sentem que a administração pública esteja mais capacitada, não sentem que a administração pública lhes dê respostas ou que o Governo [Regional] dê respostas para os problemas que verdadeiramente têm”.

“As empresas não recebem, os empresários, os doentes deslocados, as associações culturais, desportivas, nada recebem e no final de tudo isto aquilo a que assistimos é à apresentação de sucessos da sua governação, isto é dizer que não conhece a realidade dos Açores e está completamente alheado daquilo que pode e deve ser feito pela nossa terra”, justificou.

Ainda de acordo com o socialista, o executivo regional beneficiou, “entre 2021 e 2024, de uma receita superior em 1.600 milhões de euros que nos quatro anos anteriores, ou seja, em média, por ano, este Governo [Regional] teve mais 400 milhões de euros de receita do que a última legislatura do PS, e isto sem contar com o aumento do endividamento”.

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