Ângelo Rodrigues tem na arte da representação e nas viagens as suas maiores paixões. O ator esteve à conversa com Manuel Luís Goucha e falou de vários temas, nomeadamente das suas viagens aos lugares mais inusitados do mundo. 

 

No início da entrevista que decorreu esta sexta-feira, 1 de novembro, Goucha começou por perguntar ao ator: “Sentes regularmente a necessidade de sair deste país, da tua zona de conforto, de ires para outras paragens… e bem longes?”

“Completamente”, respondeu Rodrigues. “Olha que superpoder que é. Sair das nossas fronteiras geográficas portuguesas e ninguém nos conhecer. Acho fantástico. Eu gosto muito de voltar a ser anónimo e faço isso sempre que acabo um trabalho”, revelou. 

Manuel de Luís Goucha questionou se estas viagens seriam uma “fuga” do próprio ator, ao qual Ângelo respondeu, com toda a certeza, que não. 

“Pode começar como uma fuga de condicionalismos sociais, de não nos sentirmos bem neste contrato de modernidade que assinamos e que não conseguimos voltar atrás de alguma forma”, explicou. “Em vez de uma fuga, acho que é um ato de coragem. É abraçar outras camadas nossas, outros ‘eus’.

“Outras humanidades?”, interrompeu o apresentador. 

“Uma só humanidade”, esclareceu Ângelo Rodrigues. “Com línguas diferentes, mas todos a lutar pelas mesmas coisas […]. O que é a vida se não o caminho para o autodesenvolvimento de forma a conseguirmos servir melhor a sociedade?”.

Da experiência no Nepal, país onde o ator esteve durante dois meses e meio, ganhou mais humildade e consciência da “velocidade com que se vê a vida”.

A paixão de Ângelo Rodrigues pelas viagens é algo que já dura há anos, recordou Goucha. “Já não falamos há uns sete anos, mas lembro-me que já falávamos das tuas viagens no ‘Você na TV’, há 10 anos”.

O apresentou perguntou ainda como é que o ator partia para estas aventuras. “Tem de haver um fundo de maneio, não é?”

Entre risos, Rodrigues respondeu: O fundo de maneio é bastante simples. Essa adaptação à era digital e ao mundo moderno que nos permite trabalhar, mesmo estando em viagem… e eu tenho posto isso em prática”. 

A otoplastia e o voluntariado no santuário de elefantes

Nesta entrevista, Ângelo Rodrigues falou ainda das cirurgias a que foi submetido para alterar uma parte do seu corpo – as orelhas. 

“Eu sempre sofri, quando era criança, por ter as orelhas grandes”, começou por contar. “Chamavam-me ‘Dumbo’. Esta característica da minha morfologia encontrou reparo na vida adulta e eu fiz uma otoplastia”, confessou. 

Mas a verdade é que esta mudança e o fascínio pelos elefantes, fê-lo querer viajar para o Camboja para ser voluntário num “santuário” destes mesmos animais. 

“Por causa disso, pensei ‘por que não fazer uma experiência de voluntariado com uma espécie que não a minha’? Mas no fundo, este projeto fez parte de um documentário que vou lançar no futuro. Eu predispus-me a viajar pelo mundo durante cinco meses sozinho e a contratar equipas locais. Entrevistei nove pessoas em três países diferentes – Nepal, Camboja e Tailândia – para descobrir quais são as coisas que são transversais”.

“No santuário dos elefantes, aprendi que é um bicho admirável. Aprendi mais sobre as religiões. São as religiões animistas, a primeira expressão da religião. E os Bunong, que é a tribo que está nessa área, é uma tribo animista que acredita que os espíritos da floresta precisam de ser apaziguados… através dos elefantes. Eles acreditam que o ser humano, na sua génese, veio da costela de um elefante”. 

Como se pode constatar, o ator e realizador marcou presença no ‘Goucha’ para recordar o seu percurso pessoal e profissional, cada vez mais marcado pelas viagens transformadoras que vive. 

Veja a entrevista completa a Ângelo Rodrigues aqui. 

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