“Podemos esperar, desta que já é a sexta edição do Fuso Insular, obras no campo da imagem em movimento que fazem com que as pessoas pensem criticamente o mundo que nos cerca”, começa por dizer Rachel Korman, da organização, em declarações à agência Lusa.

 

A sexta edição do festival, que passa pelas cidades de Ponta Delgada e Ribeira Grande, vai apresentar o mais recente filme da realizadora Catarina Moura~o, “Astrakan 79”, numa “estreia absoluta nos Ac¸ores”.

A organização do Fuso Insular está dividida em quatro sessões: uma dedicada às produções internacionais, outra às nacionais, um ciclo de cinema de autor e uma sessão que resulta do programa de residências realizado nos Açores com artistas locais, designado Laboratório Imagem em Movimento.

“O Laboratório Imagem em Movimento é a nossa pérola. É muito importante. Já vai na quinta edição. Todos os anos fazemos uma chamada aberta para as pessoas que têm interesse na área da imagem em movimento. Não precisa de ser artista ou de ter conhecimento. É um trabalho de muita entreajuda”, detalha Rachel Korman.

O festival arranca na quinta-feira, às 21:30, na Igreja do Colégio, em Ponta Delgada, com a exibição dos vídeos “Funk Staden” (2007), “O Espelho e a Tarde” (2011) e “O Avesso do Céu” (2023), que evocam uma “perspetiva da história, do início da era colonial até aos dias de hoje” no Brasil, com a presença do artista Maurício Dias.

Na sexta-feira, também na Igreja do Colégio, vão ser projetados “filmes selecionados e premiados no concurso” do Fuso Lisboa 2024, com curadoria de Jean-François Chougnet, que vai estar presente na sessão.

No sábado, no Arquipélago — Centro de Artes Contemporâneas, vão ser apresentadas as obras dos participantes na residência Laboratório Imagem em Movimento, realizada durante o verão a partir de um “processo colaborativo entre os participantes”.

Ana Luísa Cabral, o coletivo Atelineiras, Catarina Fernandes, Maria Emanuel Albergaria, Maria João Sousa, Sandra Medeiros e Willian da Fonseca “propuseram ideias, criaram guiões, captaram imagens e sons”, tendo o “território açoriano como denominador comum”.

Para a organizadora, as sucessivas edições do festival permitiram “criar públicos” e “ajudar na formação”, formando um “pequeno acervo de 36 obras em vídeo produzidas nos Açores”.

“O Fuso Insular vem de um histórico do FUSO de Lisboa que é um festival que já tem 16 anos. Quando viemos para os Açores percebemos que não havia esse conhecimento na área da videoarte, que tem especificidades, apesar de ser um campo muito amplo”, recorda.

O último dia do festival, que vai acontecer no Arquipélago, será dedicado a Catarina Mourão, com a exibição do “Astrakan 79”, obra onde a realizadora “explora a temática dos segredos de família e tabus que vão atravessando gerações”.

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