“Estou muito confiante. Os franceses mostraram que querem mudança”, disse Le Pen à TF1.

Garantiu que não está preocupada com a aliança que está a ser tecida entre os outros partidos, e que começou a manifestar-se na retirada da corrida de mais de 200 candidatos para evitar a dispersão do voto e ajudar à eleição de deputados de outros partidos que não o União Nacional (RN, na sigla em francês), de extrema-direita.

“Os franceses estão fartos de não serem tratados como adultos responsáveis que sabem o que é bom para o país”, disse, referindo-se aos apelos dos diferentes partidos para votarem uns nos outros.

Em todo o caso, insistiu que o seu partido, juntamente com alguns aliados dos conservadores Os Republicanos, “é o único capaz de ter uma maioria absoluta” que pode dar “uma perspetiva de crescimento para a França”.

E avisou que o seu partido não governará se não obtiver a maioria absoluta — o que implicaria alcançar pelo menos 289 dos 577 deputados, a condição que o candidato a primeiro-ministro do RN, Jordan Bardella, estabeleceu para governar.

Quando o entrevistador respondeu que o atual governo não tem essa maioria na Assembleia Nacional e que fez aprovar um bom número de leis nos últimos dois anos, Le Pen respondeu: “Não conseguiria fazê-lo”.

Ainda assim, mostrou-se confiante de que o seu partido será capaz de trabalhar com outros deputados conservadores, especialmente em questões como a imigração.

A primeira sondagem sobre as intenções de voto e a sua projeção em lugares, divulgada após as demissões de candidatos na terça-feira, mostrava hoje que a RN venceria as eleições de domingo, mas ficaria muito aquém de uma maioria absoluta de 289 deputados, conquistando entre 190 e 220 lugares.

A Nova Frente Popular (NFP) obteria entre 159 e 183 deputados, enquanto o bloco do Presidente Emannuel Macron obteria entre 110 e 136 e os Republicanos entre 30 e 50.

Outros partidos e candidatos (regionalistas, vários independentes) teriam entre 17 e 31 deputados, segundo a sondagem, realizada pela Harris Interactive para o canal M6 e a rádio RTL.

As legislativas francesas, que deveriam acontecer apenas em 2027, foram convocadas de forma surpreendente por Emmanuel Macron, após a derrota do seu partido (Renascimento) e a acentuada subida da União Nacional (extrema-direita), nas eleições para o Parlamento Europeu de 09 de junho

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