O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, falou, esta quinta-feira, sobre a contraproposta apresentada pelo executivo ao Partido Socialista, encontrada em prol das “prioridades” para o país , nomeadamente, a de ter um Orçamento do Estado aprovado para o próximo ano.

 

“Não é uma questão de entregar tudo. É as reduções de impostas que são boas são aquelas que são aprovadas. Os Orçamentos e as governações que são boas e que transformam o país são aquelas que podem ser executadas”, referiu em entrevista à CNN Portugal, quando confrontando sobre as cedências feitas.

“Fizemos o juízo de qual era a grande prioridade para o país. É ter um Orçamento. Nós não queremos eleições e olhámos para aquilo que era o essencial das posições do PS, o que é o essencial e princípios do nosso programa de Governo e procurámos encontrar a base comum”, justificou, referindo que estes pontos comuns assentavam na redução dos impostos para os mais jovens.

Confrontando sobre a possibilidade de o país poder ser “poupado” a um clima de instabilidade, dada a existência de toda a abertura para negociar, Leitão Amaro confessou não querer “criar agora dificuldades com o PS”, mas lembrou que foi em julho que a primeira reunião aconteceu. “Mas eu não gostava de olhar para trás, gostava de olhar para a frente. Estivemos vários meses disponíveis e agora continuaremos disponíveis até ao último minuto”, afirmou, aludindo às palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que disse, ainda antes da apresentação da contraproposta, que disse que acreditava que ia haver Orçamento, “ate ao último minuto, até ao último segundo”.

O Presidente da República voltou a falar do OE2025, à margem de uma visita a uma escola de Viseu, no âmbito do início do ano letivo.

Natacha Nunes Costa | 11:06 – 03/10/2024

Confrontando com a possibilidade de estas cedências serem uma forma de o Executivo evitar eleições, dada a possibilidade de pessoas verem nisto algum receio de ir a votos, Leitão Amaro foi assertivo: “Não é receio. É interpretação do interesse nacional. Nós achamos que os portugueses não querem eleições. Achamos que o país não precisa e não deve ter eleições”.

Perante estes ajustes do Governo da Aliança Democrática (AD), Leitão Amaro considera que o documento ficará na linha do Executivo, e descartou qualquer “responsabilidade” ao Partido Socialista. “Se viabilizar, o Partido Socialista não fica o responsável pelo Orçamento nem pela Governação. Isso continua a ser responsabilidade nossa”, apontou.

Reconhecendo que estas cedências deixam espaço à Direita e confrontando com estas, Leitão Amaro referiu que “o Chega diz muita coisa” e que com a Iniciativa Liberal há “muita” concordância”, designadamente, “que é muito importante haver grande redução de impostos”.

Contas feitas, com propostas do Governo e adaptações, Leitão Amaro apontou que “são praticamente 1.200 milhões de euros de redução de impostos. Pergunto aos jovens e empresários: querem ou não querem esta redução de impostos?”

Leitão Amaro foi ainda questionado sobre a possibilidade de o eleitorado se sentir defraudado, dizendo: “Tenho a certeza que todo o nosso eleitorado, como nós próprios, preferíamos fazer a provar a proposta que tínhamos original. Só que havia um problema: sozinhos não conseguimos aprovar”, afirmou, acrescentando que este não será um ‘travão’ nas próximas eleições, por exemplo.

“Podíamos ficar agarrados à versão original, que achamos melhor. Só que ficávamos com uma espetacular proposta no papel metida em cima da estante. E nós queremos trazê-la para a vida real das pessoas”, afirmou.

O governante respondeu também a críticas relacionadas ao IRS Jovem, nomeadamente, em relação às críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que “não tem a certeza se produz efeitos”.

“Nós achamos que produz efeitos e que há coisa que não produz efeitos nenhuns, que era deixar tudo na mesma. Se não fizermos nada, [os jovens] vão embora. Porque a vida em Portugal está cara para os jovens que têm salários baixos e casas que não conseguem pagar. E nós estamos a trabalhar nessas duas frentes, que são frentes principais para ficarem. É um investimento”, afirmou.

E falando de outra geração, leitão Amaro falou também no suplemento extraordinário de pensões para os idosos, entregue este mês. “Um equilíbrio intergeracional. Aos mais velhos damos um suplemento de pensões este ano de 420 milhões de euros, aos mais pobres de todos os pensionistas aumentámos o Complemento Solidário de Idosos em maio e aos mais novos demos o programa de apoio de compra da 1.ª casa e redução fiscal. Para que eles fiquem. Porque se eles ficam não é só toda a sociedade que é mais feliz, mas é o país que é mais produtivo”, atirou, rejeitando que a proposta original do IRS Jovem estivesse mal concebida.

[Notícia em atualizada às 23h22]

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