O certame do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto decorre até 01 de julho e, segundo o diretor do evento, constitui em 2024 uma particular oportunidade para refletir sobre o futuro do setor, considerando que, ao longo de 20 edições apostadas em divulgar valores emergentes, o festival demonstrou que “o mundo do cinema nunca parou de mudar radicalmente”, avançando “um pouco sem rumo”.

Para as próximas duas décadas, a expectativa do diretor do FEST, Fernando Vasquez, é assim que a Sétima Arte “encontre o seu caminho, de forma a que tecnologias como a Inteligência Artificial e os hábitos das novas audiências encontrem o equilíbrio que permita ao cinema voltar a ser a forma dominante de imagem em movimento”.

Após avaliação de 4.500 candidaturas oriundas de 58 países, a componente específica de competição do 20.º FEST será disputada por 178 obras e essas refletem entre si “uma paridade quase total”, com idêntico número de filmes realizados por mulheres ou por homens, seja no domínio da ficção ou do documentário.

Para Fernando Vasquez, o cinema feito por mulheres revela-se mais interessante porque, mesmo quando as obras em causa exploram temas correntes ou revisitados, adotam “uma perspetiva diferente, mais original e mais fresca”.

Duas outras perspetivas ressaltam da competição nacional, a que concorrem 25 filmes: “Nunca vimos tanta comédia nem tão boa e há uma grande influência de jovens realizadores brasileiros que vivem em Portugal, o que já se notou no ano passado, mas ganha mais força em 2024”.

Quanto à componente de formação do FEST, o programa ‘Training Ground’ volta a proporcionar a profissionais e estudantes do meio audiovisual mais de 40 horas de formação por experts de reputação internacional como Mark Coulier, que este ano venceu o Óscar de Melhor Maquilhagem pelo seu trabalho no filme ‘Pobres Criaturas’.

A essa estatueta o britânico junta duas outras pelo seu contributo para a caracterização de personagens de ‘Grand Budapest Hotel’ e ‘Dama de Ferro’, sendo que no seu currículo também se incluem trabalhos de prostética e efeitos cosméticos especiais em ‘Elvis’, ‘Suspiria’ e filmes das séries ‘Guerra das Estrelas’, ‘Alien’ e ‘Harry Potter’.

Além da norte-americana Melissa Leo, que ganhou a estatueta de Melhor Atriz Secundária pelo filme ‘Último Round’, pelo ‘Training Ground’ de 2024 vai ainda passar o seu conterrâneo Keneth Lonergan, realizador e argumentista de ‘Manchester à beira-mar’, cujo guião lhe mereceu um Óscar.

Outros formadores confirmados no festival Espinho são a atriz, realizadora e argumentista libanesa Nadine Labaki, que dirigiu e protagonizou obras como ‘Caramel’ e ‘Cafarnaum’; a britânica Polly Duval, que assumiu a pós-produção de filmes como ‘Mr. Turner’, ‘Diário de um escândalo’ e ‘Saltburn’; o editor grego Yorgos Lamprinos, que foi candidato ao Óscar pelo seu trabalho em ‘O pai’; o realizador Sami Arpa, doutorado em Estética Computacional e reconhecido pelo seu trabalho experimental em ‘The Escape’ e ‘The Patterns’; e o ‘designer’ de produção neozelandês Andrew McAlpine, que se destacou em filmes como ‘Piano’, de Jane Campion, e ‘A Praia’, de Danny Boyle.

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