Está aí à porta um dos jogos mais aguardados da reta final da I Liga, entre FC Porto e Sporting, tratando-se de um Clássico que terá claro impacto nas contas do título de campeão nacional, já depois de dias algo conturbados dos dois lados da barricada.
Os dragões chegam a este jogo após as eleições presidenciais que muita tinta fizeram (e farão) correr, dado que André Villas-Boas acabou por destronar Pinto da Costa (no cargo durante 42 anos), na noite deste sábado, já depois da tão falada renovação de Sérgio Conceição com os dragões a dois dias do ato eleitoral.
Do lado dos leões, a polémica viagem de Rúben Amorim até Londres, na passada segunda-feira, deu muito que falar e, quanto a esse tema, o jovem treinador não hesitou em pedir desculpas, admitindo que foi um erro da sua parte deslocar-se até Inglaterra, sobretudo na reta final de uma época em que luta para ser campeão, numa altura em que o seu futuro tem sido amplamente discutido.
Independentemente das ausências dos dois lados, o FC Porto avança para o duelo de cartaz da 31.ª jornada da I Liga com o objetivo de defender a última vaga do pódio, perante a concorrência de Sporting de Braga (os mesmos 62 pontos) e Vitória SC (com 60), enquanto o Sporting luta para garantir o seu 20.º título de campeão nacional o quanto antes, face à distância de quatro pontos (80 para 76) que leva de vantagem sobre o Benfica.
O Clássico no Estádio do Dragão tem apito inicial agendado para as 20h30 (horário de Portugal Continental), com arbitragem de Nuno Almeida, sendo que poderá acompanhar as incidências da partida, em direto, no Desporto ao Minuto.
Treinadores em discurso direto
Sérgio Conceição:
Projeção do jogo: “Espero um jogo dentro daquilo que são os Clássicos no futebol português. Um jogo competitivo onde vão estar presentes duas equipas com qualidade individual e coletiva. Esperamos ter uma equipa dentro desse registo. Quero e desejo o apoio, como num outro Clássico, com o Dragão cheio. Queremos essa paixão e interação. É nisso que estamos concentrados, focados na nova tarefa”.
Polémicas dos dois lados antes do Clássico: “Nada daquilo que está em torno dos clubes devia interferir, mas obviamente que acaba sempre por criar algum ruído. Dentro do nosso trabalho, temos de tentar ao máximo pensar no jogo de amanhã. Nós, como treinadores responsáveis, tanto eu, como o Rúben [Amorim], sabemos disso. Pode momentaneamente interferir nas equipas, mas quando o árbitro apita, os jogadores querem é que a bola role e entre na outra baliza, não na nossa. Passa por aí”.
Renovação antes das eleições: “O timing é o que menos belisca as opiniões dos sócios que vão votar. Acredito que não é no penúltimo ou último dia que vão decidir alguma coisa, atendendo aos programas que foram vendo. Foi só meter no papel algo que já estava apalavrado com o nosso presidente. Posso ter uma relação muito pessoal com o senhor Presidente, dado que é meu amigo, mas ele tem muitos amigos que não servem o FC Porto e não lhes vê competência em certos registos. Nestes sete anos voltámos a ter hegemonia. Somos o único clube pentacampeão em Portugal. Falando da minha estadia aqui, temos praticamente tantos títulos juntos como os rivais [Sporting e Benfica] que estão à nossa frente. Trabalhamos o presente e o futuro”.
Rúben Amorim:
Importância do Clássico no Dragão: “A importância é sempre grande, tem sempre um grande significado. Vai ser o jogo mais difícil do campeonato. Obviamente, que há o a seguir e estaremos a dizer o mesmo, mas acho que, por todas as condicionantes, vai ser o jogo mais difícil do campeonato. Sabemos o clube que é, sabemos do seu treinador, o orgulho que tem e o dos seus jogadores. Não estão na luta pelo título, nós estamos e queremos ganhar. Ainda temos que, pelo menos, fazer seis pontos para sermos campeões. Temos de o fazer o mais rapidamente possível, e o foco é esse”.
Classificação espelha diferença?: “Não, pela forma como jogámos e pelo rendimento que o FC Porto tem tido. A verdade é que vivemos um bocadinho isso, no ano passado. Jogámos até um bocadinho melhor em termos de futebol do que na primeira época, em que fomos campeões, mas, com o desenrolar dos acontecimentos, com derrotas e empates em que somos dominadores, começamos a criar um fosso, e, em equipas que estão habituadas a vencer, é muito mais difícil reagir a essas situações. Nem de perto, nem de longe, espelha a qualidade das equipas”.
Impacto da viagem a Londres: “Os jogadores do Sporting têm de sentir sempre a pressão e estar confortáveis com ela. Não muda nada. Temos de ganhar um jogo, num estádio onde o Sporting não ganha há muito tempo. Nunca ganhou desde que estamos aqui. Temos muitos objetivos, e a pressão é alta para o nosso lado. A incoerência é óbvia, e acontece a todos. Há que saber lidar com isso. Acho que perdi um bocadinho de crédito com toda a gente, mas, principalmente, com o staff e os jogadores. É normal, faz parte das relações. Vivo bem com isso. Vou tentar recuperar, porque sou como vocês e erro. Querem muitas respostas, mas nem eu sei. Não tenho respostas para dar, e essa confusão, se calhar, leva-me a ter comportamentos que não devia ter. Não vou fazer grande caso disso. Vou seguir em frente e vamos ganhar o jogo”.
Últimos resultados
FC Porto: V-V-E-D-V
Sporting: V-V-V-V-E
Últimos onzes
FC Porto: Cláudio Ramos, João Mário, Pepe, Otávio Ataíde , Wendell, Nico González, Alan Varela, Francisco Conceição, Pepê, Wenderson Galeno e Mehdi Taremi.
Sporting: Franco Israel, Jeremiah St. Juste, Sebastián Coates, Gonçalo Inácio, Geny Catamo, Daniel Bragança, Morten Hjulmand, Nuno Santos, Francisco Trincão, Pedro Gonçalves e Viktor Gyokeres.
Ausências
FC Porto: Zaidu, Iván Marcano, Samuel Portugal e João Mário (lesionados).
Sporting: Viktor Gyokeres (em dúvida), Antonio Adan e Matheus Reis (lesionados).
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