A APDC e a Google lançam hoje o Impulso IA, programa de literacia em Inteligência Artificial (IA) que visa dar aos profissionais de vários setores as competências necessárias para usar esta tecnologia, depois de este ter sido anunciado em maio último.
“A faculdade [de Ciências] não poderia estar ausente deste curso, de alguma maneira estamos a divulgar as ferramentas ou um conjunto subconjunto de ferramentas com base em inteligência artificial pelo mundo, pela comunidade em geral”, afirma Luís Carriço, salientando que esta formação visa melhorar “o desempenho das pessoas nas suas várias atividades do dia a dia e, portanto, é quase horizontal”.
Cada curso demora duas horas e em Lisboa já foram registados mais de 350 inscritos, de acordo com a APDC, que adianta que agora vão aceitar cerca de uma centena.
Entretanto, já foi agendada uma nova edição também na FCUL para 28 de novembro.
Atualmente, “a inteligência artificial está a entrar em todas as atividades e às vezes, as pessoas não têm consciência daquilo que têm disponível, da maneira como a podem usar e, portanto, acho que este curso é essencialmente para mostrar aos formandos o que é que eles podem fazer com as ferramentas que a Google tem disponíveis”, prossegue.
A FCUL colabora no curso e está envolvida “quer na sua lecionação, quer às vezes até na contribuição de alguns conteúdos”, adianta, reiterando que era “incontornável não envolver a Faculdade de Ciências nisto” por várias razões.
“Temos aqui um grupo muito ativo na área da inteligência artificial, de docentes, investigadores, na verdade diria que (…) uma boa parte dos nossos investigadores, mesmo que não venham das áreas da génese da inteligência artificial, utilizam já muitos dos seus algoritmos na investigação que fazem”, aponta.
Pelo que, na FCUL, a IA “é uma realidade do dia a dia ainda mais do que em muitos outros sítios do mundo” e “como temos muitas competências também no ensino e damos formação no âmbito dos nossos cursos de graduação, pós-graduação nessa área, é natural que esta ligação exista”, prossegue o professor e diretor da instituição.
Além disso, “a Faculdade de Ciências está numa caminhada crescente nas suas ligações à sociedade e, em particular, ao mundo empresarial”, sublinha, recordando que a ligação da instituição à tecnológica Google “é antiga” em vários aspetos, “quando mais não seja na produção de recursos humanos que empresas como a Google “usam no seu dia a dia e muitos dos nossos alunos vão trabalhar para essas empresas, maioritariamente fora de Portugal, mas também dentro” do país.
A ligação da faculdade à IA e às empresas que trabalham nesta área “é uma realidade cada vez mais crescente”, pelo que “no momento em que fomos desafiados para estar nesta formação, dissemos imediatamente que sim”, reforça.
“Acho que podemos contribuir muito para que a formação seja de facto bem dada e que tenha repercussões no resto da sociedade”, já que “cada vez mais, em todas as áreas, vamos que ter que usar” as ferramentas de IA com “todos os perigos que de lá vêm”.
Numa comparação ligeira, “com todos os perigos que as máquinas de calcular trouxeram juntamente com a grande capacidade que elas têm de nos ajudar no dia a dia”, remata.
O diretor recorda que a IA está “na boca do mundo e até já proporciona prémios nobel da Física e da Química” e os alunos, professores e Administração Pública, todos, estão “a usar” esta tecnologia.
Mais informação sobre a formação poderá ser consultada em https://www.apdc.pt/iniciativas/impulso-ia//.
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