Segundo o BdP, esta evolução reflete a diminuição de 346 milhões de euros do défice da balança de bens, para a qual contribuiu o aumento das exportações (de 357 milhões de euros, ou 0,8%) superior ao aumento das importações (de 11 milhões de euros, ou 0,02%).

 

Traduz ainda o aumento de 1.528 milhões de euros do excedente da balança de serviços, justificado sobretudo pelo incremento de 1.236 milhões de euros do saldo de viagens e turismo, e a diminuição de 563 milhões de euros do défice da balança de rendimento primário, principalmente devido à maior atribuição aos beneficiários finais de fundos recebidos da União Europeia na forma de subsídios, enquanto os dividendos pagos ao exterior aumentaram.

O excedente externo até julho resultou também do aumento do excedente da balança de rendimento secundário, de 212 milhões de euros, “que reflete o maior recebimento de indemnizações de seguros não vida do exterior e o recebimento do maior prémio de sempre do Euromilhões em Portugal”.

Finalmente, refletiu ainda a diminuição do excedente da balança de capital, de 268 milhões de euros, devido sobretudo à diminuição mais acentuada dos recebimentos do que dos pagamentos ao exterior relativos a ativos não produzidos não financeiros, nos quais se incluem as licenças de emissão de carbono e os passes de atletas.

Até julho, o aumento da capacidade de financiamento da economia portuguesa levou a um saldo positivo da balança financeira de 6.200 milhões de euros.

Este saldo resultou do aumento dos ativos financeiros sobre o exterior, de 21.447 milhões de euros, “resultante maioritariamente do investimento de bancos e das administrações públicas em títulos de dívida emitidos por não residentes (8.043 e 2.822 milhões de euros, respetivamente), e ainda do acréscimo de ativos em numerário e depósitos do banco central (2.274 milhões de euros) e dos empréstimos concedidos por sociedades não financeiras a entidades intragrupo não residentes (2.502 milhões).

Traduziu ainda o crescimento dos passivos, de 15.253 milhões de euros, “devido, sobretudo, ao aumento de títulos de dívida detidos por não residentes, emitidos pelas administrações públicas e bancos (11.745 e 3.617 milhões de euros, respetivamente), o aumento dos depósitos de não residentes nos bancos nacionais (1.415 milhões de euros) e o investimento direto em instrumentos de capital de sociedades não financeiras (4.565 milhões de euros).

De acordo com o BdP, estes aumentos foram parcialmente compensados pela redução dos passivos em depósitos do banco central, de 6.761 milhões de euros.

Até julho, os setores que mais contribuíram para a variação positiva dos ativos líquidos de Portugal perante o resto do mundo foram o banco central (6.600 milhões de euros), as outras instituições financeiras monetárias (1.761 milhões de euros), as sociedades de seguros e fundos de pensões (834 milhões de euros), os particulares (805 milhões de euros) e as instituições financeiras não monetárias exceto sociedades de seguros e fundos de pensões (174 milhões de euros).

Em sentido contrário, as sociedades não financeiras e as administrações públicas registaram variações negativas dos seus ativos líquidos de, respetivamente, 83 milhões de euros e 3.897 milhões de euros.

Considerando apenas o mês de julho, o saldo das balanças corrente e de capital foi de 1.423 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 383 milhões de euros face ao período homólogo, detalha o BdP.

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