“Não consigo perceber como é que, estando aberta a possibilidade de abolir as portagens, estas ficaram de fora. Isso é que é incompreensível”, afirmou aos jornalistas.

Falando em Paços de Ferreira, concelho atravessado pela A42, uma das quatro autoestradas, ex-SCUT, todas no distrito do Porto, não abrangidas pelo fim das portagens, o líder do PCP acrescentou: “Até parece que há aqui [no Porto] uma marcação, porque, se for ver, tudo ao lado foi abolido e estas ficaram todas”.

O dirigente recordou que o partido propôs no parlamento que a isenção incluísse também aquelas autoestradas no distrito do Porto, mas a matéria foi chumbada.

“As posturas de cada um falam por si”, exclamou,  desafiando os partidos que chumbaram na Assembleia da República a proposta comunista a explicarem às populações porque o fizeram: “É bom que quem chumbou a nossa proposta para abolir as portagens na A28, A29, A41 e A42 o venha aqui explicar às populações”.

Paulo Raimundo prometeu depois ser intenção do PCP continuar a reclamar essa alteração, mas defendeu que “a insistência deve ser suportada pela reivindicação das populações que têm aqui uma oportunidade para forçar ainda mais esta opção”.

O secretário-geral do PCP falava após um comício realizado em Freamunde, no concelho de Paços de Ferreira, com algumas centenas de militantes, no final de uma agenda no distrito do Porto, que incluiu um almoço em Amarante e um encontro com trabalhadores das pedreiras, em Penafiel.

Questionado sobre as conclusões desse encontro, o líder comunista alertou para as dificuldades que aqueles profissionais estão a ter para obterem a reforma antecipada prevista no quadro legal aprovado na anterior legislatura, com o apoio do PCP.

“É preciso que essa lei, que foi aprovada, tenha concretização prática na vida”, sinalizou, alertando para a existência de “um desfasamento brutal entre a realidade da vida e as práticas”.

Para Paulo Raimundo, “em causa estão conceções na leitura da lei que não correspondem à realidade, por quem está a despachar os processos”.

Disse, também, haver questões burocráticas, que passam por exigências às pessoas “impossíveis de se concretizar, tendo em conta a realidade concreta”.

Apontando que os casos, na maioria, são de “reformas miseráveis”, de pouco mais de 400 euros, alertou para a necessidade de o problema ser ultrapassado pela tutela.

“Por favor, resolvem a vida daquelas pessoas”, exclamou.

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