Os três partidos marcaram presença no protesto de hoje em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, que assinala a greve de dois dias convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam).

 

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, argumentou que o atual Governo está a adotar um caminho de “pagar ao privado mais do que pagaria se esses serviços fossem feitos” pelo SNS e que essa é uma opção que resulta da “escolha política” de se “pagar para criar um negócio privado para servir interesses privados da saúde”.

“Esse dinheiro seria muito melhor investido a construir mais hospitais, melhores hospitais, melhores equipamentos e a dar aos médicos e aos profissionais de saúde aquilo de que necessitam”, defendeu.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, juntou-se às críticas ao que diz ser uma estratégia do Governo de “desmantelar o SNS” para mobilizar recursos para grupos privados, sublinhando, por exemplo, os valores transferidos pelo Estado para o grupo económico que gere a parceria público-privada de Cascais “sob o pretexto de garantir médico de família a 75 mil utentes”

E acrescentou: “Conhecemos os números que vêm aí e, portanto, aquilo que nós sabemos hoje é que, no mínimo, o Governo se prepara para transferir 200 milhões de euros no próximo ano dos bolsos de todos nós para os grupos económicos que fazem da doença negócio”.

O secretário-geral comunista defendeu que este valor serviria “para contratar todos os médicos de família necessários no SNS” e que o Governo “não responde às necessidades dos médicos” e dos utentes.

“É justa esta ação, é justa esta unidade entre médicos, técnicos, outros profissionais e os utentes. Perante as condições de trabalho que são necessárias, perante a valorização das carreiras, perante o respeito e o reconhecimento dos médicos, os médicos optando, optam pelo SNS.”, afirmou sobre a concentração em frente ao Ministério da Saúde.

Rui Tavares, porta-voz do Livre, defendeu que o atual Governo “está a fazer exatamente o contrário do que é necessário” e a “dar passos para deixar o SNS esvaziado e poder privatizá-lo”, criticando as Unidades de Saúde Familiar modelo C que, disse, obrigam os profissionais de saúde a “passar para um modelo privatizado”.

“Um Governo que promete, sobe as expectativas, diz que vai resolver os problemas de saúde e chega ao poder e começa a esvaziar o Serviço Nacional de Saúde, é um Governo que está a fazer o contrário do que prometeu e vai deixar a saúde pior do que aquilo que encontrou”, concluiu.

Médicos de todo o país estão hoje concentrados em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, numa manifestação para exigir melhores condições de trabalho e salariais e um Serviço Nacional de Saúde mais forte para responder à população.

Cerca de uma centena e meio de médicos, segundo números da Fnam, estão concentrados na Avenida João Crisóstomo, onde sobressaem balões dourados que assinalam os 45 anos do SNS e vários cartazes empunhados pelo clínicos com mensagens como “Os médicos exigem ser tratados com respeito”, “É greve porque é grave. Todos pelo SNS”.

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