A Acante é uma plataforma que desenvolve soluções para governança de acesso e segurança de dados em ecossistemas e oferece monitorização contínua, controlo de acessos e conformidade, facilitando a gestão segura de dados sensíveis em ambientes modernos de dados e inteligência artificial.

 

Questionado sobre quais são os desafios que se podem esperar da IA, o engenheiro de ‘software’ e empreendedor aponta que é a “distribuição da IA” que o mais preocupa.

“Quem e onde é que os benefícios da IA chegarão mais rapidamente? O desenvolvimento da IA é muito mais dispendioso do que quando a Internet foi criada” e “há que ter em conta a escassez de energia e de ‘chips’, bem como fatores políticos que podem não criar uma distribuição equitativa da economia tecnológica”, afirma.

Mas, “o impacto mais significativo” da IA “será na automatização/decisão pelos dispositivos/aparelhos” que nos rodeiam”, aponta, recordando que há uma década começou-se a falar da Internet das Coisas (IoT), que se referia à forma como os dispositivos e sensores recolhiam dados, enviando para a ‘cloud’ “e depois vários algoritmos na nuvem consumiriam esses dados para ajustar os serviços que nos são prestados através da Web e de aplicações móveis”.

Agora, com a IA, “estes dados não esperarão por todo o ciclo de consumo, mas transformar-se-ão ações automatizadas imediatamente por estes agentes de dispositivos que nos assistem e a tomar decisões em nosso nome”.

Embora possa parecer radical, “outra perspetiva poderia ser olhar para todos os dispositivos com semi-automáticos existentes atualmente: semáforos, máquinas de bilhetes, máquinas de lavar roupa”, entre outros, que “vão tornar-se muito mais inteligentes, tornando as nossas vidas melhores”, salienta Abhishek Das, que esteve em Portugal participar num evento da RedBrige Lisbon.

“É essa ‘inteligência’ (que é realmente compreender o contexto humano em termos de linguagem e imagens) que mais me entusiasma”, admite.

Depois há outros impactos como o aumento da produtividade no trabalho, assistência médica, comunicação de vendas, entre outros.

“Estou particularmente entusiasmado com o facto de a assistência a idosos e médica se tornar muito mais fácil (é difícil treinar um humano com ‘paciência’)”, sublinha.

Depois “há as incógnitas que serão afetadas, mas ainda não se sabe bem como: descoberta de medicamentos, exploração espacial, exploração de recursos na Terra, padrões meteorológicos, alterações climáticas”, entre outros.

Contudo, “a maioria das pessoas está preocupada com a perda de postos de trabalho”, diz, referindo-se a vários relatórios que indicam que um determinado número de empregos vão ser substituídos por agentes de IA.

“Esta é sem dúvida uma preocupação com base na forma como a estrutura económica existe atualmente, mas se olharmos para trás, séculos de história, houve muitos empregos laboriosos que foram eliminados – para começar, não traziam qualquer alegria aos trabalhadores, mas é a perda de salário que constitui o verdadeiro impacto”, prossegue.

No entanto, “a IA tornar-nos-á a todos 5-10 vezes melhor como trabalhadores, e serão criadas novas funções para esta nova economia”, considera.

Por exemplo, um carro com condução autónoma precisa de abastecer o depósito de combustível ou carregar num posto e, para o fazer, “precisará de assistência humana, ou seja, de um emprego”.

Sobre a ética e segurança, Abhishek Das sublinha que há trabalho feito nesta matéria e que “os resultados são extremamente encorajadores”, por exemplo, “existem parâmetros de referência com base nos quais qualquer modelo de IA pode ser avaliado”.

Estes parâmetros “abrangem categorias como preconceitos, crimes, conteúdo e exploração sexual, suicídio, automutilação, ódio, difamação, manipulação de eleições e armas como biológicas/químicas/radiológicas/nucleares”, elenca.

Admite que há uma “grande questão” no que toca à privacidade e propriedade intelectual.

Quanto à implantação da IA, “esta será impulsionada principalmente pelas regulamentações governamentais, já assistimos a iniciativas na Europa e agora está a chegar aos EUA também”, refere.

Em alguns casos, destaca, “os modelos de IA serão específicos de cada país e cultura”.

Ou seja, “o Japão ou a China terão modelos linguísticos de IA que não podem ser implantados no mundo ocidental devido ao facto de o domínio linguístico ser tão específico”, acrescenta.

Abhishek Das estudou na Universidade de Stanford, e iniciou sua carreira na Google, onde trabalhou em projetos de soluções baseadas em inteligência artificial.

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