O antigo líder da Generalitat (Governo Regional da Catalunha), Carles Puigdemont, trocou a sua residência em Waterloo, na Bélgica, pelo sul de França, a pouco mais de um mês das eleições regionais de 12 de maio, às quais é candidato.

Puigdemont está, agora, a viver na região francesa de Vallespir, perto da fronteira com Espanha, disse fonte do seu partido, o Junts per Catalunya (JxCat), citada pelo diário espanhol ABC.

Há duas semanas, o antigo presidente catalão admitiu que ia deixar o “exílio definitivamente”.

A vontade de Puigdemont, diz o ABC, é enfrentar a pré-campanha e a campanha eleitoral desde a nova residência, ainda que a sua morada exata não tenha sido revelada.

A mudança já foi feita, mas ficaram por recolher alguns objetos da sua casa em Waterloo.

Carles Puigdemont, anunciou hoje que será o candidato do partido JxCat às eleições antecipadas catalãs, marcadas para 12 de maio, afirmando querer “terminar o trabalho” para tornar a Catalunha independente, tendo sugerido à ERC a partilha de uma lista eleitoral unitária.

“Decidi candidatar-me às próximas eleições para o parlamento catalão”, disse Puigdemont, perante perto de um milhar de apoiantes, durante um discurso no auditório da Câmara Municipal de Elna, uma pequena cidade nos Pirenéus Orientais (sul de França), perto da fronteira espanhola.

“Não sou conformista, não gosto de me resignar, não procuro o que é mais cómodo e menos arriscado a nível pessoal. E não poderia explicar, nem sequer a mim próprio, que depois de ter passado seis anos e meio a defender a presidência no exílio, agora que existe a oportunidade de tornar possível a restituição dessa presidência injustamente, ilegalmente removida com o [artigo] 155, eu me esquivaria a essa responsabilidade por razões de conforto pessoal”, disse Puigdemont, aclamado pelos participantes entre gritos de “presidente” e “independência”.

Foi ao abrigo do artigo 155.º da Constituição espanhola que o governo central suspendeu a autonomia da Catalunha em 2017, na sequência da declaração unilateral de independência, uma medida aprovada então pelo Partido Popular e PSOE no Senado.

Rosto da declaração unilateral de independência da Catalunha de 2017, Carles Puigdemont fugiu para a Bélgica pouco depois, escapando até hoje à justiça espanhola, recaindo sobre ele atualmente um mandado de detenção em território nacional.

Puigdemont nunca foi condenado, pelo que pode ser candidato nas eleições, como aliás já aconteceu em dezembro de 2017. Foi também candidato nas europeias de 2019 e é desde então eurodeputado.

Leia Também: Esquerda independentista recusa aliança com Puigdemont na Catalunha

Compartilhar
Exit mobile version