“Este ano, a nossa forma de estar na Web Summit um pouco diferente prende-se com a nossa vontade de levar uma narrativa e uma mostra mais concreta daquilo que estamos a fazer na [área] da inovação, no que diz respeito à transição energética”, afirmou a administradora da EDP Vera Pinto Pereira, em declarações à Lusa.

 

A elétrica quer assim estar no palco da Web Summit com projetos concretos na área da inovação e abordar temas que passam também pelas tecnologias ‘verdes’, sublinhando a importância que o evento tem vindo a dar a estas questões.

Maior eficiência, maior rapidez e resolução de alguns problemas em matéria de mão-de-obra são algumas das vantagens que vão ser apresentadas pela EDP no que se refere a processos como automação e robotização.

O plano de negócios da EDP de 2023 prevê um investimento em inovação no valor 1.000 milhões de euros até 2026.

Deste montante, 60% já foi cumprido e a restante percentagem vai ser executada nos próximos dois anos, assegurou Vera Pinto Pereira, que assumiu, recentemente, a pasta da Inovação Global.

As mudanças que a EDP reservou para a sua participação na Web Summit prendem-se com a necessidade de atualizar o seu modelo de atuação ao público-alvo, tendo em conta que a forma de recrutar, atrair e incentivar também tem sofrido alterações nos últimos anos.

“O calendário da transição energética é tão apertado que exige outra forma de estar nestes eventos. A Web Summit tem sido, ao longo dos anos, um espaço de enorme valor para discutirmos a inovação em sentido lato. Acreditamos que são temas transformadores e avassaladores e cada um de nós não pode ultrapassar essa agenda de forma individual”, referiu.

Nos últimos dois anos, em matéria de inovação, a EDP investiu em projetos internos, que permitem desenvolver soluções tecnológicas de robotização ou encontrar modelos negócios que permitam “implementar com impacto tecnologias com potencial”.

Paralelamente, trabalhou com ‘startups’ (empresas com rápido potencial de crescimento económico) de inovação e, no âmbito da Ventures (braço de capital de risco da EDP), tem 39 investimentos ativos, espalhados por 11 países.

A estes somam-se projetos cofinanciados por fundos, onde é trabalhada a Investigação e Desenvolvimento (I&D) com um prazo mais longo.

O investimento é desenvolvimento em todos os ‘hubs’ de inovação da elétrica — Europa, América do Sul, América do Norte e Ásia.

Vera Pinto Pereira destacou os projetos de automação e robotização, que disse poderem ajudar a ultrapassar os obstáculos encontrados no esforço da transição energética, nomeadamente no que diz respeito à escassez de mão-de-obra.

“A procura de trabalhadores nos ativos da transição renovável deverá aumentar três a quatro vezes, até 2030, na União Europeia”, sublinhou.

A par disto, conforme referiu, estes projetos vão permitir a instalação e operação, por exemplo, de parques solares de forma mais rápida e segura.

“Trabalhar com esta escala, com muita intervenção humana e num tempo rápido é muito propício a erros, acidentes e problemas. Quando conseguimos substituir algumas destas tarefas por máquinas conseguimos trazer mais segurança ao setor”, acrescentou.

A Web Summit decorre até quinta-feira, em Lisboa, e são esperados mais de 70.000 participantes.

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