A assembleia-geral do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) chumbou, esta quinta-feira, a proposta da TAP, mantendo a intenção de realizar cinco dias de greve até 31 de janeiro, adiantou à Lusa fonte sindical.
Assim, a proposta da administração da companhia foi chumbada, com 615 votos contra, seis a favor e uma abstenção, mantendo-se a possibilidade de avançar com uma greve cinco dias até 31 de janeiro, como tinha ficado decidido na última assembleia do SNPVAC.
Recorde-se que este sindicato realizou uma greve de tripulantes da TAP nos dias 8 e 9 de dezembro, que levou a companhia aérea a cancelar previamente 360 voos e teve um impacto estimado total de oito milhões de euros.
A administração da TAP e o SNPVAC têm estado reunidos em negociações, no seguimento das reivindicações apresentadas pelo sindicato.
A companhia pretende, entre outras coisas, aumentar o número de horas de trabalho destes profissionais.
O administrador com o pelouro financeiro da TAP (CFO), Gonçalo Pires, garantiu que “todos os tripulantes de cabine da TAP podem vir a ganhar mais do que ganhavam em 2019”, mas que para isso têm de “trabalhar mais”.
Em entrevista à Lusa, a propósito da renegociação dos acordos de empresa, em novembro, e que motivou a convocação da greve do início deste mês, Gonçalo Pires disse que a proposta da TAP assenta no aumento da produtividade.
“Perante o atual cenário das negociações ainda em curso, a direção [do sindicato] solicitou à Mesa a marcação de uma assembleia-geral de emergência, o mais breve possível, comprometendo-se a enviar a proposta da TAP à Mesa, 48 horas antes da referida Assembleia, para que esta a faça chegar a todos os associados, em tempo útil, para que todos possam analisar o documento previamente”, informou por sua vez o SNPVAC em comunicado enviado aos associados a dar conta da convocação desta AG.
A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, disse aos jornalistas, no dia 19 de dezembro, que as negociações estavam no bom caminho e que acreditava ser possível evitar mais dias de greves.
“Apesar de não acompanharmos o entusiasmo da atual CEO [presidente executiva], a verdade é que as reuniões têm decorrido na base do diálogo, com os avanços e recuos normais destas negociações”, referiu o sindicato.
A assembleia-geral de emergência teve como objetivo prestar esclarecimentos sobre a proposta da TAP e as negociações que decorrem, “para que os associados — soberanos nas suas decisões — possam decidir de forma esclarecida e em consciência”, vincou o sindicato.