Os sindicatos representativos dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal, da Infraestruturas de Portugal (IP), da Metropolitano de Lisboa e da Transtejo/Soflusa anunciaram hoje uma concentração no dia 05 de abril, pela valorização dos salários e condições laborais.
“Anunciamos hoje que no dia 22 uma delegação destas organizações irá entregar um documento no gabinete do primeiro-ministro, solicitando uma reunião tendo em conta que não temos, ao nível dos ministérios da tutela, qualquer interlocutor válido, porque se limitou a responder com orientações que tem do Ministério das Finanças, e, por outro lado, anunciamos também já hoje uma concentração de trabalhadores no próximo dia 05 de abril, em Lisboa”, anunciou o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, em conferência de imprensa, na sede do Clube Ferroviário de Portugal, em Lisboa.
Segundo o dirigente, aquele conjunto de 14 sindicatos e duas federações sindicais têm vindo a debater a situação dos trabalhadores da CP, IP-Telecom, IP-Património, IP-Engenharia, Metropolitano de Lisboa e Transtejo/Soflusa, tendo decidido promover iniciativas conjuntas que levem a uma resposta do Governo, perante a tentativa de imposição de um valor de aumento de salário igual para todas as empresas, “não permitindo que haja negociação efetiva”.
“Fazemos isto porque efetivamente ao longo destes últimos anos tem havido uma degradação dos salários, que, este ano, perante aquilo que é o brutal aumento do custo de vida, não tem reposição do poder de compra naquilo que são as propostas que o Governo impôs às empresas”, apontou José Manuel Oliveira.
Os sindicatos alertaram ainda para “um problema muito sério” que começa a verificar-se naquelas empresas, que se prende com a dificuldade em recrutar e fixar trabalhadores.
“Isto coloca em causa o futuro destas empresas, porque se pode falar em muitos investimentos, muitos comboios, muitos navios, mas, se não houver trabalhadores, as empresas não funcionam”, vincou o coordenador da Fectrans.
As estruturas sindicais podem ainda vir a anunciar “outro tipo de ações”, mediante a evolução da situação em cada uma das empresas.
Os trabalhadores das CP, da IP, da Metropolitano de Lisboa e da Transtejo/Soflusa têm realizado várias greves nos últimos meses, reivindicando a reposição do poder de compra e a melhoria geral das condições de trabalho.
Na conferência de imprensa estavam também presentes representantes da Associação Sindical de Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), da Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), do Sindicato de Quadros e Técnicos (SENSIQ), do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), do Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER), do Sindicato da Manutenção do Metropolitano (CINDEM), do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), do Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), DO Sindicato Independente dos Operadores Ferroviários e Afins (SIOFA), do Sindicato da Marinha Mercante, Indústrias e Energia (SITEMAQ), do Sindicato dos Trabalhadores do Setor dos Serviços (SITESE), do Sindicato Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), do Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (STMETRO) e do Sindicato dos Trabalhadores da Tração do Metropolitano de Lisboa (STTM).