O ministro da Economia garantiu que, “cedo ou tarde”, a evolução “notável” da economia irá refletir-se “no bolso dos portugueses”. Esta segunda-feira, António Costa Silva usou a mesma expressão que, na véspera, tinha sido empregue pelo presidente da República, quando Marcelo Rebelo de Sousa lamentou que as melhorias económicas ainda não tenham chegado “ao bolso” dos cidadãos.
Sobre crédito à habitação, o PSD considerou que o pedido de Marcelo para que a banca reflita acerca das taxas de juro foi “o primeiro aviso” desde que o presidente disse que se tornaria mais vigilante.
Questionado sobre o alerta do presidente, Costa Silva destacou a evolução da economia nacional, bem como a redução da inflação e dos preços da eletricidade e petróleo: “Penso que a conjugação destes fatores, cedo ou tarde, vai verificar-se também no bolso dos portugueses. É isso que espero com a performance significativa que a nossa economia tem tido”, frisou.
O ministro considerou que o aviso de Marcelo foi “muito importante”, sobretudo forma de proteção às famílias “mais vulneráveis”. No entanto, lembrou que, em abril, a inflação “registou a sexta descida consecutiva”, enaltecendo ainda o desempenho “notável” da economia nacional pelo facto de, em 2022, o PIB ter aumentado 6,7%.
No domingo, de visita ao Banco Alimentar, o presidente da República tinha afirmado que, apesar de existirem resultados positivos a nível económico, estes ainda não se refletem na vida do país. “Há sinais encorajadores ao nível do turismo, investimento externo e exportações. Todos desejamos que os grandes números se traduzam no bolso de mais portugueses”, afirmou, nessa ocasião.
Reparos sobre crédito à habitação foram “primeiro aviso” de Marcelo, diz PSD
No mesmo dia, Marcelo tinha também pedido à banca uma “reflexão” sobre o impacto das taxas de juro no crédito à habitação. Esta segunda-feira, no Twitter, o vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, sustentou que este foi “o primeiro aviso” do chefe de Estado desde que, na semana passada, este fez saber que estaria “mais vigilante” sobre o rumo do país.
“O presidente da República avisou e bem, este fim de semana, que a banca precisa de fazer uma reflexão sobre o crédito à habitação em matéria de prazos, taxas e prestações”, escreveu Pinto Luz. O social-democrata salientou que, esta segunda-feira, a Euribor a três meses subiu “para um novo máximo desde 2008”.
André Ventura, presidente do Chega, revelou que o seu partido agendou, para dia 18, um debate parlamentar e uma manifestação contra a “maldade” da banca em matéria de habitação. O protesto dos “lesados da banca”, como lhes chamou, defenderá uma “suavização das condições bancárias de acesso à habitação”.
Catarina Martins, do BE, pediu leis “a sério” e não apenas uma reflexão, sustentando que o pacote “Mais Habitação” deixa as autarquias fazerem “o que quiserem” a nível de preços. Em Lisboa, a líder bloquista acusou a autarquia presidida por Carlos Moedas de se colocar “do lado da especulação imobiliária” e de querer “ver-se livre dos pobres”.
Tanto André Ventura como Catarina Martins voltaram a criticar a continuidade de João Galamba, ministro das Infraestruturas, no Governo. O primeiro descreveu-o como um “cadáver político”, com a segunda a sublinhar a “falta de credibilidade” do governante.