“Repito mais uma vez que precisamos de recuperar o atraso, precisamos de aumentar a importância estratégica da investigação e da inovação para a nossa competitividade, porque este é um dos principais motores do crescimento económico”, afirmou comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, num encontro com jornalistas à margem da Web Summit, em Lisboa.

 

“É aqui que se pode aumentar a produtividade e a eficiência, porque, obviamente, os orçamentos serão cada vez mais apertados, teremos cada vez menos dinheiro, pelo que temos de aprender a trabalhar de forma mais eficiente”, considerou.

E isso foi uma “das minhas principais linhas de ação no ano passado e vemos agora Draghi, Letta, Heitor, muitos relatórios” e a “própria presidente von der Leyen sublinhou, há poucos dias, que esta será uma das principais prioridades da nova Comissão para colmatar este fosso da inovação”, enfatizou.

Relativamente à referência de como está a Europa em relação ao investimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em investigação e inovação – que é o objetivo -, a responsável disse: “Estamos em 2,24%, por isso é definitivamente menos”.

E “porque é que isso acontece? Existem muitas razões. Se olharmos para a tendência dos últimos mais de 20 anos, temos um défice na Europa, um défice de financiamento de cerca de 100 mil milhões de euros por ano para investir em investigação e inovação para colmatar este limiar de 3%”, apontou.

Portanto, “temos muito trabalho a fazer. Obviamente, este programa Horizonte Europa que temos, que é um dos maiores programas de financiamento público do mundo para a investigação e inovação, com um orçamento de cerca de 93 mil milhões de euros agora após os cortes, não é suficiente”, considerou.

Por isso, “precisamos de atrair financiamento adicional. De onde? De âmbito nacional, local, regional, sobretudo privado, diria eu. Esta foi uma das minhas principais ideias e prioridades no ano passado”, referiu.

“Temos de ter uma união do mercado de capitais funcional para que estes investidores, capitais de risco, tenham as condições e incentivos adequados para virem investir na Europa e para que estas ideias inovadoras que os nossos brilhantes inovadores criam possam permanecer e crescer na Europa”, considerou Iliana Ivanova.

Porque o que acontece, refere a comissária europeia, é que, em muitos casos, há uma ideia inovadora que nasce na Europa, mas por diversas razões não consegue financiamento. O mercado está fragmentado, é difícil, há diferentes regimes fiscais nos Estados-membros.

Depois, vem um investidor dos EUA ou outro investidor e as coisas mais rápidas e fáceis, compram-no e o negócio desaparece da Europa.

“É por isso que temos de ser pragmáticos”, há apenas algumas semanas foi lançada uma rede de investidores para reunir uma plataforma de capitais de risco, investidores na Europa que estejam interessados em “co-investir connosco”, disse.

A comissária europeia defendeu o diálogo com os parceiros e rivais, considerando é que possível trabalhar com ambos e para ver que benefícios comuns se podem obter.

“Porque mesmo com a China, se quiserem, temos algumas áreas em que cooperamos, por exemplo, no domínio das alterações climáticas, porque se trata de desafios”, exemplificou.

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