Maria Vieira da Silva, uma jovem terceirense de 13 anos, era natural da paróquia de São Sebastião.
Segundo informação disponibilizada no sítio na Internet Igreja Açores, da Diocese de Angra, a história de Maria Vieira “era em tudo semelhante à de Maria Goretti, uma menina Italiana de 12 anos que no final do século XIX perdeu a vida a defender a sua virgindade e que, sete anos após a morte de Maria Vieira, foi beatificada pelo papa Pio XII, que haveria de a canonizar Santa Maria Gortetti em 1950”.
“Tal como a nova santa italiana, também Maria Vieira perdeu a vida a defender-se de um agressor”, falecendo a 05 de junho de 1940.
Hoje realizou-se na ilha Terceira a sessão de clausura com uma conferência do investigador Ricardo Madruga da Costa, membro da Comissão Histórica que juntou os testemunhos e a documentação relativa ao processo, que está pronto para seguir para Roma, para ser entregue no Dicastério das Causas dos Santos.
Intervindo na sessão, o bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, que será o primeiro a enviar para Roma um dossier de beatificação instruído na diocese, disse que hoje foi selada a conclusão solene da fase diocesana de um processo que “já vem de longe”.
Em fevereiro de 2018, o bispo de Angra, D. João Lavrador, deu luz verde ao início do processo de beatificação e canonização de Maria Vieira da Silva, “uma adolescente de quem, logo após a sua morte, começou a correr a fama de santidade. É sempre assim que começam os processos. Compete à Igreja averiguar, nomeando pessoas idóneas”, sublinhou Armando Esteves Domingues.
O bispo de Angra sustentou que, em dia de Todos os Santos, “torna-se ainda mais significativa” a cerimónia de encerramento do processo diocesano para a beatificação de Maria Vieira.
Armando Esteves Domingues lembrou que antigamente somente o Papa podia promover uma causa de canonização, mas, atualmente, os bispos “têm autoridade para isso”.
Mas, assinalou, é um trabalho que implica uma investigação feita “minuciosamente”.
“Tratando-se de um mártir, devem ser estudadas as circunstâncias que envolveram a sua morte para comprovar se houve realmente o martírio”, referiu o bispo de Angra, explicando que o segundo processo é o milagre da beatificação.
Segundo a Diocese de Angra, depois de concluída a fase diocesana, o processo segue para Roma, para o Dicastério das Causas dos Santos, onde será estudada a documentação e poderão ser avaliadas e reconhecidas as suas virtudes heróicas, primeiro passo para a beatificação. Se o fundamento para o processo for o facto da jovem ser mártir poder-se-à dispensar a prova da existência de milagre, passando de Venerável, primeiro passo da fase romana, para Beata.
O bispo de Angra realçou o trabalho de todos os que “assumiram as tarefas necessárias para recolher e registar documentação e testemunhos sobre a vida, as virtudes, a fama de santidade, em particular, e as graças, em geral” de Maria Vieira.
“Quero agradecer também aos leigos, aos Conselhos Pastoral e Económico de São sebastião e aos cristãos anónimos que sempre alimentaram este sentir comum da santidade de Maria Vieira e nunca desistiram de prosseguir este objetivo, também angariando fundos para a causa”, frisou.
Para o bispo de Angra, o momento e o dia de hoje “serve para aprofundar o que significa este chamamento à santidade que é feito a todos os cristãos já desde o batismo”.
O processo teve como promotor inicial o pároco de São Sebastião, Domingos Graça, e como postulador da causa Manuel Carlos Alves, atual Reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel.
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