O treinador do Sporting mostrou-se satisfeito com o triunfo em Paços de Ferreira, fruto do que considerou “uma exibição bastante completa”.
“Foi uma exibição bastante completa. Dificultámos muito a pressão do Paços de Ferreira e saímos sempre bem para o ataque, criamos perigo, o que lhes retirou confiança. O golo também não ajuda quem anda a lutar pela vida e deixou-os mais em baixo. Com dois golos de vantagem ao intervalo, depois mantivemos o ritmo”, afirmou Ruben Amorim, acrescentando: “Já provámos no passado que estes jogadores conseguem boas exibições a lutar por títulos. Há jogadores que demoraram a entrar na época e hoje o Trincão esteve muito bem, pela velocidade, a pressão e um para um. Tal como o Ugarte ou o Morita, que também estão a crescer muito. Os centrais também mais móveis com bola. Mas não posso dizer se é só pela pressão de não lutarmos por nada”.
Com o triunfo na Mata Real e a derrota do Braga na Luz, o Sporting reduziu para quatro pontos a desvantagem em relação aos guerreiros, na luta pelo terceiro lugar, mas o técnico leonino diz que “continua complicado”. “Sonhar é sempre possível, mas, neste momento, nem estamos a pensar nisso. Não dependemos só de nós. Temos de fazer o nosso trabalho e o foco é melhorar de semana para semana. Faltam três jornadas, são quatro pontos e o Braga tem sido muito consistente. Nós temos é de vencer os nossos jogos e no fim faremos as contas”.
Ruben Amorim analisou ainda o comportamento da equipa nesta reta final do campeonato. “A equipa tem crescido. Tivemos dois empates que nos tiraram alguma hipótese de estar mais perto e de lutar por outras coisas neste momento, mas temos tido um crescimento gradual, boas exibições e é o continuar disso”, salientou, prometendo uma equipa a lutar até ao fim: “O campeonato neste momento não me diz muito. Agora, se pudermos encurtar a diferença de quatro para um, nem que seja na última jornada, em que já não há hipótese de chegar lá, temos de o fazer porque é a nossa identidade e somos um clube grande. Se vamos cair, há que cair com dignidade e fazer o máximo até final”.
Sobre a receção ao Benfica, dentro de duas semanas, comentou que o foco tem estar no Marítimo, o próximo jogo: “Acima de tudo, pensamos um bocado no que foi a primeira volta. Nós vínhamos de uma série de marcar muitos golos, até na Taça da Liga e não sofríamos há cinco jogos. Se calhar começou-se a falar muito do Benfica e nós fomos à Madeira e perdemos. Portanto, é fazer o contrário: pensar no jogo do Marítimo, lembrar que temos uma responsabilidade e eu não gostaria se fosse ao contrário. Nós jogámos com o Paços e vamos jogar com o Marítimo, duas equipas que estão a lutar entre si e nós vamos dar o máximo para sermos justos, digamos assim, nessa observação. Depois, há a luta pelo título, que não nos interessa. A mim, é indiferente quem ganha o campeonato, vou desligar a televisão. Daqui a duas semanas desligo a televisão e até começar não ligo mais, porque já sei como é. Nós estamos envolvidos, não diretamente, mas numa luta pela permanência e pelo campeonato e o que nós pudermos fazer para ganhar, vamos fazer, é o papel que devemos ter”.
César Peixoto: “Pior jogo desde que regressei”
O treinador do Paços de Ferreira reconheceu o mérito do Sporting, mas não deixou de deixar um recado interno. “Não entrámos bem no jogo. Sabíamos que o Sporting ia entrar forte, mas o golo abalou a nossa confiança, a equipa ressentiu-se e nunca mais se encontrou. Desde o meu regresso, foi o pior jogo que fizemos, também por mérito do Sporting”, disse, abordando de seguida o futuro e as contas na luta pela permanência: “Não fizemos [hoje] um bom jogo, mas temos de tentar fazer uma equipa competitiva e ir a Chaves fazer novamente um bom jogo. Não conseguimos ser competitivos e agressivos. Agora é trabalhar em cima deste jogo e fazer muito mais. Encurtámos bastante [para os adversários diretos], mas ainda não chega e o próximo jogo será mais uma final”.