Treinador do F. C. Porto volta a criticar o baixo tempo útil de jogo no futebol português. Sobre as contas do título, diz que o importante é “ganhar ao Casa Pia”
A três jornadas do fim do campeonato, o F. C. Porto depende de deslizes do Benfica para ainda poder chegar ao título, mas Sérgio Conceição não faz contas. “O que importa é ganhar amanhã [domingo] ao Casa Pia e, na jornada seguinte, darmos uma boa resposta em Famalicão e depois em casa com o Vitória também”, afirmou o técnico portista, acrescentando que “trocava” o recorde de jogos ao serviço dos dragões, que bateu na partida anterior em Arouca, pela “vitória no campeonato”.
“Esse recorde deixa-me honrado, mas não me dá felicidade nenhuma. Estou aqui há seis anos e os jogos vão-se acumulando. O que me interessa é ganhar títulos. Sou obcecado por isso”, sublinhou.
Sobre a partida com o Casa Pia, Conceição espera dificuldades e elogiou o “bom campeonato” do adversário, apesar de “os últimos resultados não serem os mesmos da primeira volta”, e abordou as ausências forçadas, por castigo, do central Marcano e do médio Otávio.
“Um jogador não é uma equipa. Dependemos de todos. Otávio é experiente, trabalha comigo há sete anos e é uma baixa importante, tal como Marcano, que tem sido preponderante, tanto a defender como a marcar golos. Mas temos outros jogadores, que têm de dar uma resposta positiva. É o que espero que aconteça”, referiu, revelando que João Mário volta a não ser opção devido a problemas físicos.
Questionado sobre o facto de o F. C. Porto não ter qualquer jogo entre os 10 com mais tempo útil neste campeonato, o treinador escolheu as palavras para não ser “mal interpretado”: “É difícil meter cá para fora aquilo que sinto. Acho que o tempo útil de jogo é um problema e digo isso há alguns anos. A nossa equipa sempre foi intensa, agressiva, com um ritmo alto no jogo […] Quando o árbitro começa a permitir desde o início que se percam 20 a 30 segundos em cada pontapé de baliza do adversário e não faz nada… Depois há a estratégia dos outros treinadores, que não critico, porque também já representei clubes de dimensão menor. Mas nunca disse a um guarda-redes, e já tive muitos ao longo de 11 anos como treinador, para perder tempo”.
Em relação ao facto de os dragões terem descido, na jornada anterior, para o quarto lugar da lista dos melhores ataques do campeonato, quando nos cinco anos anteriores só por uma vez o F. C. Porto não teve o melhor ataque da prova, a resposta foi curta: “Não vou falar dos atacantes, falo da equipa. Provavelmente, em termos ofensivos, nesse momento de meter a bola dentro [da baliza], éramos uma equipa mais inspirada do que hoje somos”.