A Associação de Profissionais da Guarda (APG) não gostou de ouvir as declarações de Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), que, sexta-feira na Figueira da Foz, teceu duras críticas aos valores que o ACP tem de pagar pelo serviço prestado pela GNR no Rali de Portugal 2023. “Não é de boas contas e não foram poucas as vezes em que os profissionais foram pagos tarde e a más horas”, acusa a APG.
“Não me fale dos militares porque custam uma pequena loucura. É o único país do mundo onde os militares são pagos, em qualquer país é um serviço público, e não sei se vou continuar a ter dinheiro para pagar às forças de segurança. Este ano o orçamento da GNR são 600 mil euros e não sei se para o ano teremos dinheiro para pagar às forças de segurança e para o ano poderá não haver rali por causa disso”, disse Carlos Barbosa, em declarações à SportTv.
A APG acusa Carlos Barbosa de ser “fazer de vítima” numa tentativa de “colocar a opinião pública contra os Guardas, tentando passar a ideia de que para o ano a realização da prova pode estar em causa por causa dos valores pagos”.
Em comunicado, a APG diz que “Carlos Barbosa não é de boas contas e que não foram poucas as vezes em que os profissionais da GNR foram pagos tarde e a más horas” e refuta a ideia de que o rali faz parte do policiamento normal.
“Pretende integrar a segurança ao Rally no policiamento normal, dentro do horário de serviço, empenhar centenas de meios humanos e materiais e privar as populações do direito à segurança, usando o erário público em seu proveito?”, questiona.
Na mesma nota, a APG caracteriza as declarações do líder do ACP de “vergonhosas, irresponsáveis” e pede que se retrate. “É que, para além dos milhões que gere e que o ACP certamente encaixa, isso só é possível graças ao excelente desempenho dos profissionais da GNR, que não estão disponíveis para trabalhar de graça”.
A APG espera também que o Comando Geral da GNR “tome posição, que garanta o cumprimento da Lei e o pagamento atempado dos serviços por parte do Presidente da ACP, já que este já demonstrou a mínima consideração pela Instituição e pelos profissionais que a servem”.