Abel Ferreira apresentou esta quarta-feira o livro “Cabeça fria e coração quente” no IPO do Porto. Durante o evento, mostrou-se feliz no Palmeiras e não revelou mais detalhes sobre o possível interesse da Federação Portuguesa de Futebol ou da confederação Brasileira.
“Vivo o aqui e o agora. O aqui e agora é o Palmeiras, ser treinador de um dos maiores clubes do mundo. Estou muito feliz e realizado onde estou. Não vivo com “ses”… Vivo com o aqui e agora. A realidade é esta e é isso em que me foco”, começou por dizer Abel Ferreira, sobre a possibilidade de treinar a seleção brasileira.
Relativamente a substituir Fernando Santos na seleção portuguesa, Abel Ferreira reforça o orgulho que sente em ser português mas não abre o jogo quanto a uma possível mudança. “É um orgulho ser português. Quando és emigrante ainda mais o sentes, a oportunidade de falar com pessoas, nunca pensei em sentir tanto orgulho. Mas volto a referir: a minha realidade é o Palmeiras, renovámos no início do ano, proporcionam-me todas as condições e estou muito feliz. Portugal tem treinadores de muita qualidade, tem treinadores com muita experiência, que ganharam muito mais do que eu. Desempregados e disponíveis, porventura. A minha realidade é esta, o que digo na hora de tomar decisões é boa sorte. Não é nada fácil tomar decisões e boas decisões. Quem tiver de tomar a decisão, que a tome de consciência e com o pensamento certo”, adiantou.
No livro “Cabeça Fria, Coração Quente”, que apresentou no Porto, no IPO, Abel Ferreira conta várias histórias da carreira e os direitos de autor da obra vão reverter a favor da instituição. Sobre a publicação, revelou que retrata experiências “para lá das quatro linhas”.
“Quando vínhamos para o IPO, pela primeira vez nos últimos dois anos, levamos banho de realidade num lugar onde se faz um trabalho silencioso e de excelência. Este livro acima de tudo foi um desafio que começou aqui em Braga, no último ano de Braga, disse ao Tiago Costa [adjunto] para escrever um diário. Depois fomos para o PAOK, a semente ficou plantada, mas só no Palmeiras é que aconteceu. Retrata experiências. O que os adeptos gostariam de saber para lá das 4 linhas. Que dinâmicas, como se treina, como se escolhem jogadores, os relacionamentos que temos enquanto grupo. O que os adeptos gostariam de saber e que vai além das 4 linhas, obviamente que estamos a expor muito. O Tiago é um exímio escritor. Não fazia sentido depois de o lançarmos no Brasil não o partilharmos com o público português. Retirar exatamente tudo o que fizemos em dois anos, escritos na primeira pessoa, pelo Tiago. Está de parabéns pela forma como escreveu o livro”, referiu o técnico, dissertando depois sobre o conteúdo da obra.”, disse.
“Há algo que tem de caraterizar um profissional: amor e Paixao pelo que se faz. As vezes temos a falsa ideia de que só temos sucesso quando se ganham títulos. Para mim sucesso e cada um com as capacidades que tem ir ao máximo para atingir os objetivos. Vamos deitar-nos com a consciência tranquila. Isso para mim é que é sucesso. O líder influência e inspira mas no futebol ninguém ganha sozinho. É preciso estrutura, equipa técnica, jogadores e muito caráter. Só se ganha de forma consistente com caráter, é isso que faz a diferença, ter profissionais que usem os seus recursos de forma consistente. Essa é a diferença para se continuar na caminhada para se ganhar algo. 568 páginas de livro e nunca tem a palavra eu, sempre nós”, acrescentou.