Num discurso no 42.º Congresso do PSD, que termina no domingo em Braga, Simão Vicente Ruivo, delegado do partido de Sintra, criticou a atual lei da nacionalidade, salientando “que permite a atribuição da nacionalidade portuguesa a qualquer indivíduo que resida oficialmente em Portugal, independentemente do domínio efetivo da língua portuguesa, do vínculo à comunidade nacional”.

 

“Qualquer indivíduo pode adquirir a nacionalidade portuguesa passados cinco anos. Companheiros, temos de olhar para o enquadramento europeu e temos de compreender que é fundamental revisitarmos a lei da nacionalidade e alterarmos este diploma”, disse.

Simão Vicente Ruivo afirmou que “ninguém é contra os imigrantes, mas tem de haver cuidado na atribuição de direitos políticos aos imigrantes”.

O delegado do PSD de Sintra afirmou que, recentemente, o imã da Mesquita Central de Lisboa, David Munir, numa entrevista à RTP, disse “que havia um problema sério na zona metropolitana de Lisboa relativamente à integração de comunidades de pessoas” que vieram para Portugal, “que não se estavam a integrar e cujo domínio da língua era um problema”.

“E ele referia que as autoridades portuguesas ignoravam este problema. Estamos a falar de uma pessoa moderada que conhece como ninguém as comunidades migratórias do nosso país”, disse.

Simão Vicente Ruivo defendeu que “este é um tema central para o qual o PSD deve olhar com cuidado e deve olhar com cuidado” em particular devido ao crescimento do Chega.

“No meu concelho, em Sintra, nas últimas eleições legislativas, o partido maior que está à nossa direita teve 45 mil votos. 46 mil votos teve o PSD no distrito de Vila Real. Enquanto nós não resolvermos os problemas que estão na origem do voto à nossa direita, dificilmente podemos crescer de forma significativa”, afirmou.

A seguir a este delegado, André Pardal, que encabeça uma das listas alternativas ao Conselho Nacional, discordou da moção de estratégia global apresentada ao Congresso por Luís Montenegro por defender que o partido deve apoiar um candidato presidencial abrangente e de preferência militante social-democrata.

André Pardal salientou que as eleições presidenciais são “uma eleição unipessoal”, pelo que “deve partir da vontade individual de cada um dos cidadãos candidatos, e não dos partidos, o apoio à sua candidatura”.

O conselheiro nacional do PSD recordou que o Governo é composto por independentes e salientou que, na sua história, apoiou “militantes de outros partidos, como Freitas do Amaral em 1986, Mário Soares em 1991, ou até militares, com Sá Carneiro na liderança, como os generais Ramalho Eanes e Soares Carneiro”.

“Limitar a escolha do PSD e dos seus militantes a um militante do PSD parece-me curto e numa lógica fechada. Senhor presidente, as amizades e simpatias pessoais não se devem sobrepor a questões políticas ou de Estado. Esse é um desígnio fundamental para nós”, disse.

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