“Soubemos ontem [sexta-feira] à noite que PSD e PS afinal não querem fazer debates entre cabeças de lista às europeias. Não deixo de registar que quem diz tantas vezes que é preciso combater a abstenção, quem diz tantas vezes que a política europeia é muito importante, quando chega ao momento de debater, acha melhor não debater”, afirmou.

Catarina Martins iniciou a sua intervenção no encontro “Segurança Social e pensões”, em Lisboa, abordando este tema, indicando que alterou a sua agenda para conseguir estar nos frente a frente e acusou PS e PSD de se quererem “esconder e esconder os seus cabeças de lista”.

A antiga líder do BE acusou estes dois partidos de terem apresentado “argumentos ridículos, como há 28 debates em 30 dias” e referiu que cada candidato “só tinha de fazer sete debates”, defendendo que “sete debates em 30 dias está seguramente à altura de qualquer pessoa que leva a eleições e democracia a sério”.

Já em declarações à Lusa e à RTP depois da abertura do encontro, a cabeça de lista do BE considerou que não haver debates “é absolutamente inaceitável” e que este formato permite “que as várias propostas estejam em confronto”.

“O Bloco Esquerda já aceitou a proposta de haver debates entre todos os cabeças de lista. Achamos é que tem mesmo de haver debates entre todos os cabeças de lista, frente a frente é que se trocam ideias”, defendeu Catarina Martins.

A cabeça de lista disse desconhecer a nova proposta, mas insistiu que deve haver “debates entre todas as candidaturas”.

Apontando que “não é a primeira vez que há frente a frente entre os vários cabeças de lista, porque quando não houve acordo entre todas as televisões, a RTP já fazia isso”, a candidata considerou que “a novidade será se não houver desta vez debates frente à frente entre os vários cabeças de lista”.

“Seria absolutamente inaceitável. Espero uma nova proposta, mas parece-me que a proposta que existia é a proposta possível e é proposta que cumpre com a democracia”, salientou.

“Percebo que Sebastião Bugalho esteja mais habituado a dar notas aos debates dos outros do que a debater e a ter de mostrar as suas próprias ideias, que Marta Temido lhe faça o frete acho absolutamente inaceitável”, criticou, sugerindo que talvez PS e PSD “preferem até que não haja campanha para as europeias”.

Catarina Martins afirmou que “a direita foi buscar um candidato que é comentador, mas que, na verdade nunca teve que estar a defender ideias com contraditório” e indicou que “defender ideias com contraditório é difícil, mas é assim mesmo que é a democracia”.

De acordo com o jornal Expresso, o PS e a Aliança Democrática (AD) recusaram o modelo de debates proposto pela RTP, TVI e SIC para as eleições europeias de 9 de junho, no qual estavam previstos 28 frente a frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República. 

Estas forças políticas alegaram tratar-se de um número elevado de duelos, que afetaria a campanha eleitoral, e admitiram aceitar um calendário mais leve.

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