Recentemente eleito eurodeputado pela IL, João Cotrim Figueiredo subiu esta tarde ao púlpito da VIII Convenção Nacional da IL durante a discussão dos estatutos, assumindo não ser “enorme fã de política interna”, mas sim de “política feita para fora” e que produza efeitos na vida das pessoas.

“Só teremos resultados lá fora, impacto prático na vida das pessoas, se tivermos uma IL que ganhe, que se habitue a ganhar, que saiba ganhar. Posso não perceber muito de estatutos, mas de ganhar e de fazer crescer a IL vou sabendo alguma coisa”, defendeu.

A fórmula do antigo presidente do partido e primeiro deputado liberal na Assembleia da República é que “a IL só continuará a ganhar e a crescer se se adaptar e se souber evoluir com os tempos”.

“Se souber adaptar o seu crescimento aos novos dados políticos a começar, sim, pelos estatutos que hoje aqui se discutem”, concretizou.

Escusando-se a entrar em grandes pormenores, Cotrim Figueiredo referiu que “há algumas disposições dos atuais estatutos” que já bloqueiam a ação do partido e, por isso, “não é indiferente” que saia desta convenção uma ou outra proposta de alteração estatutária, ou mesmo nenhuma”, o que faria com que a IL ficasse com os atuais estatutos.

“Com grande humildade – não sou fundador do parido – vos peço: deem dois terços dos votos à proposta do grupo do trabalho dos estatutos que emanou do conselho nacional para a IL continuar a crescer e para a IL continuar a ganhar”, pediu.

Também o deputado Mário Amorim Lopes tomou a palavra, dizendo que “chegará o dia em que, independentemente de onde se realize a convenção, seja em Bragança ou seja em Sagres”, a IL terá “um deputado por cada um dos círculos eleitorais”.

O eleito pelo distrito de Aveiro defendeu também o trabalho do grupo de revisão estatutária, que incorporou “todas as listas eleitas em sufrágio universal numa convenção e que representam as diferentes tendências do partido”.

Contrariando as críticas a uma alegada falta de separação de poderes, sustentou que o filósofo Montesquieu apenas a referiu “aplicada à organização do Estado” por haver “poderes com diferentes agendas e diferentes propósitos”.

“Aqui, na Iniciativa Liberal, o Conselho Nacional, a Comissão Executiva, o Conselho de Fiscalização, o Conselho Jurídico não têm agendas individuais, não têm agendas próprias. Estamos no mesmo barco”, vincou.

Já o antigo candidato à Câmara de Lisboa Bruno Horta Soares advogou que a proposta de alteração dos estatutos foi um “processo institucional e inclusivo” feito por um “grupo de trabalho suficientemente representativo e diverso”.

Bruno Horta Soares falou ainda em “ética e respeito mútuo”, criticando quem “quer não consegue fazer valer as suas posições de forma democrática, perdendo eleição atrás de eleição em órgãos nacionais, locais, optando por criar grupos informais, ‘ad hoc’, de oposição interna, onde a luta ganha forma no opressor ‘versus’ o oprimido”.

“São livres de o fazer, mas nem sempre acho que seja responsável fazê-lo”, considerou, concluindo que “quem não confia não é de confiar”.

[Notícia atualizada às 17h43]

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