O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, assegurou que António Costa é o candidato à presidência do Conselho Europeu “com melhores condições para poder ser aprovado pelos diferentes chefes de Estado europeus”, especialmente entre as diferentes opções socialistas que foram sendo apresentadas para o cargo.

Há, disse o ministro “um empenho forte” do Governo em apoiar a candidatura de Costa. “O primeiro-ministro está, ao minuto, a lutar por isso”, disse, em entrevista à SIC Notícias.

Pedro Duarte afirmou que “o apoio que o Governo português tem dado tem sido muito convicto, porque pode ser benéfico para Portugal”, pois “há uma tendência natural face àquilo que são os desafios de olhar-se muito para o flanco leste da Europa, por força da guerra que estamos a viver” e, nesse âmbito, “é importante que países mais ‘atlantistas’ possam ter alguma presença ao nível dos cargos cimeiros”.

“É bom para Portugal haver um elemento que possa assumir esta função”, acrescentou, deixando uma ressalva: “O passado mostra-nos isto. É um ‘puzzle’ em que as peças têm de encaixar todas. Temos que ser prudentes”.

O ministro admitiu, por outro lado, a hipótese de que a presidência do Conselho Europeu seja dividida entre os dois maiores grupos parlamentares europeus. “Não é uma inovação na política europeia. Uma vez que é um equilíbrio entre diferentes famílias políticas, e para poder haver uma distribuição equitativa, por vezes, têm que se dividir os mandatos“, argumentou.

O Conselho Europeu debate esta segunda-feira os cargos de topo da União Europeia, devendo decidir na cimeira europeia no final do mês, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança da instituição, o de Ursula von der Leyen e o de Roberta Metsola para segundos mandatos na Comissão e no Parlamento, respetivamente, e o da primeira-ministra da Estónia para chefe da diplomacia europeia.

O ex-primeiro-ministro português, que se demitiu em novembro na sequência de investigações judiciais, continua a ser apontado para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado dos 27, numa nomeação que é feita pelos líderes europeus, que decidem por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).

É também o Conselho Europeu que propõe o candidato a presidente da Comissão Europeia num aval final que cabe depois ao Parlamento Europeu, que vota por maioria absoluta (metade dos 720 eurodeputados mais um).

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