Os trabalhos de hoje terminaram cerca da 20:30 locais (19:30 em Lisboa) e de acordo com fontes do partido, os 254 membros da Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) voltam a reunir-se no domingo, terceiro dia consecutivo, pelas 10:00 (09:00 em Lisboa), para discutir a lista de candidatos à sucessão de Filipe Nyusi como chefe de Estado, que ainda terá de ser votada.

Fontes do partido indicam que após dois dias de reuniões — a sessão extraordinária daquele órgão só tinha sido convocada para sexta-feira e o chegou a ser anunciada a sessão de encerramento para as 14:00 locais (13:00 em Lisboa) de hoje – na escola do partido na Matola, arredores de Maputo, ainda não houve consensos sobre a lista de nomes a submeter à votação do Comité Central, o órgão máximo entre congressos.

Durante a tarde de hoje, numa das várias interrupções dos trabalhos, o membro do Comité Central da Frelimo Celso Correia, também ministro da Agricultura moçambicano, afirmou que o tempo que aquele órgão está a levar para escolher o candidato a Presidente da República é “normal” num quadro de “sucessão”.

“Não, nunca está difícil. Normalmente os bebés bonitos têm partos difíceis e o nosso vai de certeza ser um bebé muito bonito”, afirmou Celso Correia, em declarações aos jornalistas esta tarde, durante uma pausa da sessão extraordinária do Comité Central, que está reunido desde sexta-feira, na Matola, arredores de Maputo, para definir o candidato do partido no poder à sucessão de Filipe Nyusi como chefe de Estado.

“Estamos num processo de escolher o candidato da Frelimo, que tem grandes chances de ser Presidente da República. É normal que os membros tenham este tempo de reflexão conjunta, porque vêm militantes de todo o país com várias sensibilidades. Faz parte da nossa história e da nossa génese ter este tipo de abordagens (…) A história está escrita, todas as sucessões têm a sua história e levam o seu tempo. Tivemos tempos em que o [candidato a] Presidente foi escolhido em 15 dias. Desta vez está há dois, mas num ambiente de harmonia”, garantiu.

O Comité Central da Frelimo pediu na sexta-feira mais nomes na lista de candidatos a Presidente da República, anunciou Teodoro Waty, membro daquele órgão.

“É conveniente que mais nomes apareçam e quando forem apresentados mais nomes está claro que é mais democracia”, declarou aos jornalistas Teodoro Waty, histórico membro do Comité Central do partido, na sexta-feira.

A Comissão Política da Frelimo propôs na sexta-feira os nomes de Roque Silva, Damião José e Daniel Chapo como pré-candidatos à sucessão de Filipe Nyusi, no cargo de Presidente da República desde 2014 e que está constitucionalmente impedido de concorrer ao cargo por ter atingido o limite de dois mandatos.

De acordo com informação interna a que a Lusa teve acesso durante a tarde de sexta-feira, posteriormente confirmada pelo partido, a lista, que inclui o atual secretário-geral, Roque Silva, foi aprovada na reunião da Comissão Política durante o período da manhã e submetida logo de seguida à sessão extraordinária do Comité Central.

Cabe ao Comité Central, órgão máximo do partido entre congressos, aprovar o candidato da Frelimo à eleição presidencial de outubro, o qual pode também decidir acrescentar outros candidatos.

Além de Roque Silva, a lista da Comissão Política – cuja reunião iniciada na quinta-feira para aprovar o documento se prolongou pela manhã e grande parte da tarde de hoje – integra igualmente Damião José, membro da comissão política, e Daniel Chapo, governador da província de Inhambane.

O prazo limite para apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República nas eleições de outubro é 10 de junho.

Moçambique vai realizar em 09 de outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.

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