“A posição da China sobre a questão de Taiwan é consistente e clara: opomo-nos firmemente a que quaisquer separatistas a favor da ‘independência de Taiwan’ visitem, sob qualquer pretexto, países que mantêm relações diplomáticas com a China”, afirmou a embaixada chinesa, num comunicado publicado no portal oficial.

 

“Exortamos a parte checa a aderir estritamente ao princípio de ‘uma só China’, a respeitar a soberania e a integridade territorial da China e a parar qualquer forma de apoio às forças separatistas de Taiwan, tomando medidas concretas para manter o desenvolvimento saudável e estável das relações bilaterais”, acrescentou o texto oficial.

Tsai Ing-wen (2016-2024), que deixou o poder em maio, participou na segunda-feira no Fórum 2000 de Praga, um encontro de promoção da democracia e dos Direitos Humanos, no mesmo dia em que a China lançou uma nova vaga de manobras militares em torno de Taiwan.

“Há cinquenta anos que sofremos intimidações contínuas por parte do regime comunista chinês, que tentou de todas as formas anexar Taiwan”, disse Tsai, que aproveitou o encontro para manter conversações com a presidente da Câmara dos Deputados da República Checa, Markéta Adamová, e o presidente do Senado checo, Milos Vystrcil, entre outros políticos.

Após a visita a Praga, Tsai viajou para Paris, onde visitou o Museu do Louvre, na terça-feira, e reuniu-se com os “amigos” em França, para “continuar a transmitir os valores de Taiwan de democracia, liberdade e respeito pelos Direitos Humanos”, de acordo com uma mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Facebook.

Tsai, cujo programa de atividades em França não foi divulgado, deverá deslocar-se mais tarde ao Parlamento Europeu em Bruxelas, o que faria dela a primeira antiga líder de Taiwan a visitar a capital belga.

Tsai Ing-wen, um dos pesos pesados do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder em Taiwan, também tencionava deslocar-se ao Reino Unido no âmbito da sua digressão europeia, mas o governo britânico pediu para adiar a sua visita para não prejudicar as relações com Pequim, segundo o jornal The Guardian.

A China opõe-se a qualquer forma de contacto oficial entre as autoridades de Taipé e políticos estrangeiros, já que considera a ilha uma província sua, apesar de o território operar como uma entidade política soberana.

Pequim reage frequente a este tipo de intercâmbios com exercícios militares em torno de Taiwan, como forma de “advertência”.

Taiwan foi uma colónia japonesa antes de ser unificada com a China no final da Segunda Guerra Mundial. Os dois territórios vivem separados desde que em 1949 os nacionalistas de Chiang Kai-shek fugiram para a ilha, enquanto os comunistas de Mao Zedong assumiram o poder no continente chinês, no final da guerra civil.

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