“Eu dei hoje instruções ao grupo parlamentar, esta manhã, para que se chame rapidamente a senhora ministra ao parlamento e ela possa explicar as razões pelas quais exonerou unilateralmente” o diretor nacional da PSP, anunciou.

André Ventura falava aos jornalistas à margem de uma visita à Feira da Ladra, em Lisboa, e comentou a decisão do Governo, anunciada na segunda-feira, de exonerar o diretor nacional da PSP, José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro do ano passado.

O presidente do Chega afirmou que “era importante que a senhora ministra fosse ao paramento explicar isso”, considerando que foi “um pouco estranha a forma como foi conduzida esta exoneração, a forma como foi dada a conhecer e também todo o antecedente que aparentemente existe”.

Por “envolver uma força policial”, este afastamento não deve ser “simplesmente tomado por normal”, defendeu Ventura.

“Pode haver muitas razões, uma delas pode ser não ter confiança política, outra pode ser uma avaliação negativa do trabalho, o que não era positivo é que se trate de um saneamento político, e o parlamento tem o dever de fazer essa fiscalização”, sustentou.

André Ventura assinalou que José Barros Correia “tinha sido já em vários momentos uma voz crítica do Governo, quer do anterior, quer deste, na questão do suplemento de missão atribuído aos polícias, tinha estado ao lado deles em muitos desses momentos” e a “ministra tinha pedido a este diretor nacional da PSP que contivesse os movimentos de reivindicação inorgânicos”.

“Se for assim, é um sinal grave porque aí não se trata de uma exoneração de confiança, trata-se de uma questão de purga”, salientou, dizendo também esperar que “não esteja em curso um processo de saneamento político”.

O presidente do Chega considerou que ser “legítimo” que os governos tomem decisões de alterar responsáveis por entenderem “que chegou ao fim o seu ciclo” ou por “natureza política”.

“O que já é menos legítimo e não é adequado ou não é, pelo menos, aconselhável, é que este Governo esteja envolvido numa purga em que substitui os cartões rosa pelos cartões laranja, isso não era positivo”, defendeu.

Na ocasião, o líder do Chega foi questionado sobre as críticas ao seu partido pela reação que teve às agressões a imigrantes que decorreram no Porto no final da semana passada e rejeitou que esteja em causa uma “promoção do ódio”.

“O que nós dissemos foi que condenamos todo o tipo de violência, e se essas pessoas fizeram ou cometeram atos de agressão sobre estas pessoas, têm que ser punidos severamente. Não podemos é ignorar o outro lado da história e o outro lado da história é que há meses que a Baixa do Porto está a ser alvo de ataques, de violência e de ameaças, e algumas destas ameaças têm também origem nestes grupos de imigrantes, porque nós permitimos uma imigração absolutamente descontrolada em Portugal”, insistiu.

André Ventura indicou também que vai estar no Porto na sexta-feira “para falar com lojistas e para falar com imigrantes, se eles lá estiverem”, recusando ter medo.

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