“Queria saudar a abertura que o Chega/Madeira já manifestou na disponibilidade de alterar o texto, se necessário, para que esta moção de censura seja aprovada”, afirmou o líder do Chega.

 

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André ventura sublinhou “a importância da flexibilidade para que ninguém tenha desculpa em votar favoravelmente a censura ao Governo de Miguel Albuquerque”.

O Chega está disponível para alterações “dentro do espírito da censura e do combate à corrupção, para que seja aprovado no parlamento regional e possa levar à clarificação política e à limpeza ética que tanta falta faz no arquipélago da Madeira”, indicou.

O presidente do Chega defendeu que “nem sempre a estabilidade é possível” e este é um dos casos em que é mais importante “o combate à corrupção, a tolerância zero à corrupção e a manifestação pública de que o Chega estará sempre ao lado da transparência, seja na República, seja nas Regiões Autónomas”.

Sobre as declarações do líder do PS na Madeira, Paulo Cafôfo, que manifestou disponibilidade para viabilizar a moção de censura apresentada pelo Chega, André Ventura disse que vê “com bons olhos que quer o Partido Socialista, quer outros partidos que estão no Parlamento Regional, possam acompanhar esta moção”.

Questionado também se o futuro da região deveria passar por novas eleições ou um novo Governo sem necessidade de a Madeira ir novamente a votos, o líder do Chega considerou “prioritário que os nomes envolvidos em casos graves de corrupção no exercício destas funções públicas sejam afastados, e não tomem parte no exercício do Governo da região”.

“Se isso conduzirá ou a uma mudança do Governo ou a eleições, o cenário não está tanto na nossa mão”, afirmou, indicando que a “moção de censura vai avançar, independentemente das decisões de remodelação do Governo Regional”. 

Ventura indicou que o Chega está aberto a “todos os cenários” e “se houver eleições, haverá eleições”. 

Na sua intervenção, sublinhou que esta iniciativa “é importante, porque permitirá de uma vez por todas separar as águas e ver quem se deixa condicionar ou quem fica a sustentar politicamente o Governo da Madeira”.

Na segunda-feira, o presidente e líder parlamentar do Chega/Madeira anunciou, em conferência de imprensa, que entregou no parlamento madeirense uma moção de censura ao Governo Regional.

Miguel Castro justificou a decisão com as investigações judiciais que estão a ser feitas ao presidente do executivo, Miguel Albuquerque, e a quatro secretários regionais, tendo todos sido constituídos arguidos.

Miguel Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação, entre outros. Em causa estão alegados favorecimentos de empresários pelo poder público, em troca de contrapartidas.

O social-democrata, líder do Governo Regional desde 2015, acabou por se demitir – depois de o PAN retirar o apoio que permitia à coligação PSD/CDS-PP governar com maioria absoluta -, mas venceu as eleições antecipadas de maio.

Entretanto, em setembro, os secretários regionais das Finanças (Rogério Gouveia), Saúde e Proteção Civil (Pedro Ramos) e Equipamentos e Infraestruturas (Pedro Fino), foram constituídos arguidos, no âmbito da operação “AB INITIO”, sobre suspeitas de criminalidade económica e financeira.

Esta semana foi conhecido um outro processo que envolve o secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, também constituído arguido.

Leia Também: Ventura pede remodelação do Governo na Saúde e Administração Interna

Compartilhar
Exit mobile version