Estas posições foram trocadas entre André Ventura e Luís Montenegro no debate quinzenal no parlamento, numa altura em que o chefe do executivo já não dispunha de tempo para responder aos avisos que o presidente do Chega tinha feito sobre a responsabilidade de uma crise política em Portugal, na sequência de um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2025.

 

“Olhos nos olhos quero dizer-lhe que, se o país for arrastado para uma crise política desnecessária, há dois responsáveis neste parlamento, o primeiro-ministro e Pedro Nuno Santos”, declarou André Ventura.

O líder do Chega ironizou que Luís Montenegro e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, andam agora preocupados com o consenso.

“O Chega não teve essa preocupação agora, mas logo no dia 10 de março a seguir às eleições. Dissemos que o país precisava de uma grande maioria política, precisava de estabilidade e o primeiro-ministro não quis. Quando chegou ao momento, preferiu negociar com o PS do que ter um Orçamento mobilizador e verdadeiramente transformador do país”, sustentou.

Sem tempo para responder, o primeiro-ministro sugeriu que o líder do Chega já teve várias posições em matéria de Orçamento.

“Tenho manifestamente muito pouco tempo para poder elencar todas as posições que o Chega teve desde o primeiro dia em que se começou a falar de Orçamento até ao dia de hoje. Mas eu prometo que em outra resposta vou falar delas”, disse.

Antes, o presidente do Chega tinha desafiado o primeiro-ministro a baixar o peso dos impostos nos combustíveis, dizendo que estão a aumentar quando o preço do crude nos mercados internacional está ao nível mais baixo dos últimos anos

“Em três semanas, o Governo descongelou três vezes a taxa de carbono, ou seja, o preço podia descer e não desceu. Antes, o primeiro-ministro dizia que os portugueses pagam uma carga de impostos absolutamente imoral. Agora, não é pelo preço do petróleo, não é pelo líder do Hamas ou pelo primeiro-ministro de Israel, é pelo nosso primeiro-ministro que não deixa a taxa de carbono ficar congelada”, acusou.

Na resposta, Luís Montenegro respondeu que a reposição da taxa de carbono “é uma política ecológica”.

“Não aumentámos o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), não aumentámos o IVA, que era aquilo que o Governo anterior fazia. Descongelámos parcialmente a taxa de carbono de modo a não prejudicar o consumidor. Já não falta mesmo quase nada para continuarmos a ter a taxa de carbono em vigor e aí sim os preços dos combustíveis poderem descer”, acrescentou.

[Notícia atualizada às 16h45]

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