“Eu vou conversar com todos os eleitos. Agora, nós defendemos a mudança, nós não acreditamos no rumo que hoje a cidade vive. A cidade vive com problemas e, portanto, estas duas equipas, do PS e do PSD, são candidaturas de continuidade, têm uma visão de continuidade”, disse hoje aos jornalistas no início de uma ação de campanha no Parque Oriental, em Campanhã.

Questionado sobre se condiciona o eventual diálogo a determinados temas ou a medidas concretas que o Chega possa exigir, dependendo do número de vereadores que conseguir eleger, Miguel Corte-Real garantiu que “em qualquer circunstância” o partido vai ter “força de exigir”.

“Os temas que são para nós prioridade são os temas da qualidade da vida das pessoas. E hoje existe uma vontade de não mudar nada. É tudo maquilhagem do PS e do PSD e, portanto, para nós fica muito difícil achar que podemos colaborar com quem quer manter os problemas”, vincou.

Para Miguel Corte-Real, “a segurança não se resolve com o primeiro-ministro [Luís Montenegro] vir fazer um número de campanha aqui, apoiando o Pedro Duarte [PSD/CDS-PP/IL] e dizer ‘vou-te trazer os 100 polícias'”.

“Os 100 polícias não são uma solução milagrosa. Eram uma boa solução há três anos quando foram prometidos. E agora, o que é que isto é? É demagogia, é populismo. E precisa [de] trazer aqui o presidente do partido ou o primeiro-ministro – não sei em que condição – dizer ‘eu vou ajudar o Pedro Duarte'”, acusou.

Para Miguel Corte-Real, o chefe do executivo “tem é de ajudar o Porto”.

O candidato do Chega considerou ainda que Pedro Duarte “tem demonstrado que não conhece o Porto e que tem uma visão errada do Porto, e, portanto, prende-se em ‘soundbites’ [chavões]”.

Miguel Corte-Real ‘atirou’ ainda ao adversário Manuel Pizarro (PS), que “vem hoje falar da habitação” quando nos últimos 12 anos, “durante quatro anos o vereador da habitação foi Manuel Pizarro e durante os quatro anos seguintes foi o seu número dois, Fernando Paulo”.

“De repente tem a solução milagrosa para a habitação. E isto é a prova de que nós aqui estamos a viver numa campanha que é uma simulação”, afirmou o candidato do Chega.

Miguel Corte-Real garantiu ainda que “se os portuenses entenderem” que o Chega não deve ganhar, vai “trabalhar sempre pelo Porto”.

“Não vamos a lado nenhum. Isto nem é o nosso último tiro, nem é uma passagem pelo Porto”, referiu.

Para o candidato, “a prova de que o Chega é um partido que, quer no poder, quer na oposição, consegue mudar a vida das pessoas, é a recente lei da imigração, onde o Chega não é poder no país e conseguiu mudar a vida das pessoas”, considerou.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU – coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

Leia Também: Pizarro inspira-se em Paris para mudar habitação e mobilidade no Porto

Compartilhar
Exit mobile version