“Estamos aqui porque o mundo tem de saber que Nicolás Maduro é o nosso presidente. Ele venceu as eleições, apesar de a direita querer assaltar o poder”, disse uma das simpatizantes do governo venezuelano.
Magaly Zambrano, alfaiate de 47 anos de idade, falava à Agência Lusa na Praça Venezuela de Caracas, junto de uma das sedes do Conselho Nacional Eleitoral, onde uma “maré” de pessoas vestidas com roupas vermelhas, brancas, azuis e pretas se concentram em apoio à Nicolás Maduro e à revolução bolivariana.
“Não podemos deixar que a direita violenta nos arrebate a vitória eleitoral e acabe com tudo o que a revolução nos tem oferecido”, disse, precisando que milhões de pessoas hoje têm uma habitação social, subsídios económicos constantes, atenção médica e educação, graças à revolução bolivariana.
Questionada sobre os resultados eleitorais, disse que “tudo está claro: O Conselho Nacional Eleitoral divulgou o ganhador. O Supremo Tribunal de Justiça ratificou os resultados e Nicolás Maduro foi reeleito, será Presidente até 2031”.
Élio Martínez, carpinteiro 58 anos, esteve também na Praça Venezuela para celebrar, com companheiro e amigos, a vitória da revolução nas presidenciais de 28 de julho.
“A revolução veio para ficar. A direita, os fascistas, os senhores dos apelidos não voltarão ao poder. Podem dizer o que quiserem, pedir mais sanções internacionais, mas graças a Nicolás Maduro somos livres e não voltaremos atrás”, disse.
Por outro lado, insistiu que “Nicolás Maduro foi reeleito e o seu triunfo foi ratificado pelo Supremo Tribunal de Justiça”.
“Temos muitas razões para celebrar, mas hoje a principal é comemorar os dois meses da reeleição do nosso Presidente”, disse.
Segundo a imprensa local, os venezuelanos concentraram-se nos 24 Estados da Venezuela, a pedido do vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) e também ministro do Interior e Justiça, Diosdado Cabello, para “celebrar os resultados de 28 de julho”.
A Venezuela realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição venezuelana contesta os dados oficiais e alega que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia — atualmente exilado em Espanha -, obteve quase 70% dos votos.
Oposição e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
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