A megalópole de cerca de 30 milhões de habitantes regista todos os anos grandes picos de poluição com a aproximação do inverno.
Nesta altura do ano, os fumos diários produzidos pela indústria e pelos veículos combinam-se com os das queimadas agrícolas para criar uma nuvem que as temperaturas mais frias e os ventos mais fracos colocam sobre a cidade.
Esta manhã (hora local), o índice de qualidade do ar ultrapassou a marca simbólica dos 1.000 pontos em várias zonas de Nova Deli, sendo que um nível acima de 300 é considerado perigoso para os seres humanos.
As concentrações de partículas PM2.5 – as mais perigosas porque se difundem na corrente sanguínea – eram até 50 vezes mais elevadas nas primeiras horas da manhã do que o limiar considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Rajpath, a célebre esplanada rodeada pela Porta da Índia, um arco triunfal dedicado à memória dos indianos mortos em guerras, foi coberto ao amanhecer por um fumo particularmente denso.
A OMS estabeleceu que a poluição atmosférica pode provocar doenças cardiovasculares e respiratórias, bem como cancro do pulmão.
Um estudo publicado em junho concluiu que a poluição atmosférica era responsável por 11,5% das mortes em Deli, ou seja, 12.000 mortes por ano.
Um estudo publicado na revista médica Lancet responsabilizou a má qualidade do ar pela morte de 1,67 milhões de indianos em 2019.
Os esforços das autoridades locais para combater a poluição atmosférica têm tido pouco efeito até à data.
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