João Palhinha concedeu, este sábado, uma extensa entrevista a Daniel Oliveira, para o programa ‘Alta Definição’, da SIC, na qual falou sobre a mudança falhada para o Benfica. Em processo de formação, o médio não teve uma chamada das águias e foi para o Sporting.

“Estava naquela altura em que não achei que as coisas fossem acontecer. Era júnior de primeiro ano e são poucos os casos que conseguem chegar a um patamar alto, não estando num grande. Há um jogo [ao serviço do Sacavenense] em que o míster Abel Ferreira [então técnico sub-19 do Sporting] me abraça, mete a mão no meu ombro e diz: ‘Queres vir jogar connosco em janeiro?’ Fiquei com dois sentimentos. Um quando disse que sim, um ‘claro que sim’, outro depois, ao pensar que não queria passar pelo mesmo desgosto que passei pelo Benfica”, começou por dizer o internacional português.

“Na altura, fui treinar ao Seixal – na altura o míster era o Bruno Lage -, treinei bem e criei esperanças. Vi o Bernardo Silva, o João Cancelo e criei ilusões que aquele espaço também iria ser meu. Não me disseram mais nada… Quando o míster Abel me convida, ainda faltavam três, quatro meses para janeiro. Além dele, houve alguém que teve um papel muito importante nesse processo, o senhor Aurélio Pereira, que falou com os meus pais. Foi um dos grandes impulsionadores, mas também muito sincero. Disse-me que não ia jogar muito no primeiro ano, mas as coisas acabaram por correr de forma diferente e até ia treinar na equipa principal, com o míster Jesualdo Ferreira”, prosseguiu.

João Palhinha falou também sobre a ida para o Fulham e a mudança falhada para o Bayern Munique, que podia ter acontecido no verão passado.

“Sabia que mais tarde ou mais cedo ia acontecer e o que mais me custou foi deixar a minha família. Tinha a minha mulher grávida… Como me safava? Foquei-me no campo, além de também ser uma pessoa desenrascada. Hoje sou feliz, mas sempre que posso, vou a Portugal”, vincou Palhinha.

“Viagens para a Alemanha curtas? [Risos]… Esse vai ser certamente um episódio que me vai acompanhar-me para toda a vida. Foi algo muito difícil de digerir, que se passou e meio da época e que teve um impacto tremendo enquanto profissional. Mas gosto de pensar, que se não aconteceu é porque não tinha de acontecer, da mesma forma que não fiquei no Benfica ou no primeiro ano no Sacavenense. Deixa marca, sem dúvida… O que mais me custou, depois de tudo o que fiz, foi ver o meu pai e o meu irmão a chorarem. Também fiquei desolado. Eu sei de onde vim… Chegar do Savanense para um palco como o Bayern, era o topo; não o ter feito naquela altura, foi difícil… Foi difícil retomar a minha melhor condição, os índices de motivação. Faltavam 3 dias para o mercado fechado quando soube do interesse, achei que fosse acontecer, mas não aconteceu… Vou fazer tudo para que a oportunidade volte a aparecer”, finalizou.

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