“Discutimos um pacote de apoio financeiro urgente a Espanha que temos vindo a preparar em conjunto com o Governo espanhol para facilitar a reafetação e acelerar o desembolso de até 900 milhões de euros para a reconstrução de infraestruturas críticas”, disse a presidente do BEI, Nadia Calviño, numa intervenção na Comissão de Orçamentos do Parlamento Europeu, citada pela agência de notícias EFE.

 

Calviño, que foi ministra da Economia de Espanha até dezembro de 2023, defendeu que o BEI deve consolidar-se como “o banco climático”, que destina “mais de metade dos seus investimentos na União Europeia (UE) a apoiar a transição verde”, investindo em infraestruturas energéticas, de transporte sustentável e na descarbonização da indústria.

“As recentes inundações em Espanha e há uns meses no centro e no leste da Europa confirmam a necessidade de investir mais na adaptação e na resistência”, afirmou a presidente do BEI.

Para Nadia Calviño, “não é só correto, mas também mais inteligente” essa opção, “porque cada euro investido na resiliência e na adaptação poupa entre cinco e sete euros na reparação de danos”.

O Governo de Espanha declarou na terça-feira “zona de catástrofe” a região de Valência e aprovou um primeiro pacote de 10.600 milhões de euros em ajudas às populações e empresas afetadas pelas inundações.

Espanha iniciou já também os procedimentos para ativar o fundo de solidariedade da UE e pediu a aprovação urgente no Parlamento Europeu de uma alteração aos regulamentos dos fundos de coesão, para os poder reprogramar e destinar à zona afetada pelas inundações, por estarem em causa um desastre natural.

Numa conferência de imprensa em Madrid, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, realçou na terça-feira que para além da resposta imediata à emergência no terreno, serão necessários fundos para a reconstrução de casas, lojas, empresas, ruas e infraestruturas, assim como obras que adaptem os territórios às alterações climáticas numa região, a do Mediterrâneo, especialmente afetada por novos fenómenos meteorológicos extremos.

“As alterações climáticas matam, como estamos a ver, por desgraça”, afirmou.

As autoridades confirmaram até agora 217 mortos nas inundações do dia 29 de outubro no leste de Espanha. Também estão confirmados oficialmente 89 desaparecidos.

O temporal e as cheias causaram ainda danos em habitações e empresas, assim como em infraestruturas de transporte e de abastecimento de energia, telecomunicações e de água, entre outras.

Só na província de Valência, as autoridades disseram hoje ser necessário reconstruir 26 pontes que ficaram danificadas pelo mau tempo.

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