Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em reação aos resultados eleitorais em França, Mariana Mortágua afirmou que quem venceu as eleições francesas seguiu um programa “de igualdade, de solidariedade” e de “combate sério à extrema direita”, que tem paralelo, em Portugal, com o programa político do Bloco de Esquerda.

Mortágua sublinhou que o partido quer “abrir diálogos à esquerda” em nome de um programa que apresente uma “alternativa credível”, tal como foi feito em França pela aliança de esquerda que reuniu socialistas, comunistas, ecologistas e o partido França Insubmissa e que saiu vencedora das eleições deste domingo.

A líder bloquista afirmou também que o programa político da Nova Frente Popular é um programa de esperança não só para França, como também para toda a Europa, traçando paralelismos com a situação política nacional.

Para a coordenadora do BE, a frente de esquerda deu aos eleitores uma alternativa para lá do “projeto liberal, projeto do centrão, que é o projeto do PSD em Portugal, e o neofascismo, que é o projeto de Marine Le Pen, como é o projeto de André Ventura”.

Mortágua afirmou que, para lá das diferenças dos sistemas eleitorais entre Portugal e França, há um padrão que liga os dois países que tem a ver com a aplicação por parte de “um centro liberal” de “um programa neoliberal de destruição das condições sociais, de degradação do Estado social e de precarização das condições laborais”

“Esse centro liberal, que é o Macron em França, que em certa medida foram as políticas liberais adotadas pelo PS em Portugal, tem vindo a perder apoio, mas a tentar combater essa falta de apoio com a permanente política de chantagem, dizendo ‘votem em nós por causa da extrema-direita’. Essa política, esse centrão, falhou. E falhou em França de forma muito acelerada”, argumentou.

A líder dos bloquistas lembrou ainda o crescimento da extrema-direita em França que, apesar das “raízes diferentes da extrema-direita portuguesa”, cresceu “baseada nos mesmos princípios e na exploração do mesmo ódio, na exploração da imigração, do racismo, de velhas questões que não foram resolvidas”.

Na segunda volta das eleições, realizadas no domingo, a coligação de esquerda (Nova Frente Popular) alcançou entre 177 e 198 lugares na Assembleia Nacional enquanto a aliança centrista do Presidente francês, Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar, com 152 a 169 lugares. 

A União Nacional, de extrema-direita, que obteve a liderança na primeira volta, ficou em terceiro lugar no domingo: entre 135 e 143 deputados.

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