“Em comparação com situações passadas, as flutuações cambiais são mais suscetíveis de afetar os preços” ao consumidor, disse Kazuo Ueda, perante uma comissão do parlamento japonês.

O líder do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) acrescentou que “está a acompanhar de perto os movimentos recentes de depreciação do iene”.

A moeda do Japão estava hoje a negociar numa faixa perto dos 154 ienes por dólar, depois de no final de abril ter caído para 160 ienes, pela primeira vez há 34 anos. Isto depois do BoJ ter decidido, de forma unânime, manter a política monetária.

Ueda admitiu ser possível que a inflação no Japão esteja atualmente mais dependente de alterações no mercado cambial e de movimentos “mais agressivos” das empresas na fixação de preços ou salários.

“Em alguns casos, isto fará com que a inflação subjacente mude. Se tal situação ocorresse, seria necessária uma resposta de política monetária”, disse o governador do BoJ.

O banco central do Japão subiu em março a taxa de juro de referência a curto prazo, para 0,1%, o primeiro aumento em 17 anos, mas um valor ainda muito longe das taxas nas outras principais economias mundiais.

O iene tem vindo a desvalorizar-se acentuadamente face ao dólar, entre outras moedas, em grande parte devido a este diferencial.

Um iene fraco tende a impulsionar o mercado de ações, uma vez que inflaciona as remessas estrangeiras dos exportadores, mas também aumenta os custos das importações de energia e matérias-primas, das quais o Japão é dependente.

A inflação no Japão fixou-se em 2,6% em março e está há dois anos acima da meta de 2% fixada pelo BoJ, inicialmente devido à subida do custo da energia, decorrente da guerra na Ucrânia, e atualmente devido ao aumento do preço da alimentação.

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